Declaração de voto de Inês Zuber no Parlamento Europeu

Alargamento à Islândia

Este relatório constitui mais um exemplo do carácter inseparável dos alargamentos da UE e da NATO. A UE quer deitar a mão à Islândia, membro fundador da NATO, e um país com um posicionamento geoestratégico importante devido à sua proximidade com o Árctico e à disputa em torno da soberania sobre os inexplorados recursos naturais da região, particularmente o petróleo e o gás.

A maioria do PE, como é seu apanágio, utiliza este relatório para colocar pressão sobre os partidos políticos e o governo islandês a acentuarem o receituário neoliberal que levou à grave crise que este país enfrenta e que, à semelhança da UE, está a gerar consequências sociais gravíssimas. Por isso exigem a aplicação de reformas económicas pelas autoridades islandesas, a supressão do controlo de capitais, a abertura da indústria da energia, os transportes aéreos e as pescas, rejeitando qualquer medida de protecção da sua economia e dos trabalhadores.

São evidentes as preocupações que guia esta maioria, quando toma partido pelos grandes bancos do Reino Unido e da Holanda, congratulando-se com o início do pagamento aos "credores", ignorando as responsabilidades na crise e passando a responsabilidade pelo seu pagamento ao povo islandês. O povo deste país tem sido um exemplo de combatividade assinalável na luta em defesa da sua soberania e na recusa do retrocesso social.

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