Como salientámos em comunicado de imprensa, não apoiamos a presente resolução porque esta:
- Não responde ao problema imediato dos salários dos trabalhadores, não resultando claro que os pescadores (trabalhadores) pagam os combustíveis e que é por isso que o problema os atinge directamente (tanto quanto aos proprietários da esmagadora maioria das pequenas embarcações);
- Omite a inércia e a recusa da UE em tomar as decisões necessárias;
- Não avança com nenhuma proposta concreta relativamente ao preço dos combustíveis (gasolina e gasóleo) e quanto à formação do preço do pescado em primeira venda;
- Não denuncia uma política que utiliza o aumento do preço dos combustíveis para diminuir e concentrar ainda mais o sector, criar mais desemprego, deteriorar um sector produtivo e agravar as balanças alimentares e comerciais;
- Fica muito aquém de posições anteriormente adoptadas pelo PE, aliás, propostas pelo PCP;
Uma resolução que, na linha das recentes propostas anunciadas pela Comissão Europeia, e independentemente de um ou outro aspecto que, se aplicado, poderia ter efeitos positivos para o sector, no fundo, incentiva ainda mais o abate de embarcações e "oferece" como "saída" para os pescadores o abandonar a sua profissão.
Porque as pescas têm futuro, insistimos na adopção urgente de medidas, como as propostas na resolução que apresentámos.