Declaração de voto de Ilda Figueiredo no Parlamento Europeu

Agências de notação de risco

Sabemos, como, aliás, a realidade o tem demonstrado, que as Agências de Notação de Crédito não são credíveis, mas a sua actuação continua a ser muito prejudicial, designadamente para os países de economias mais frágeis, vivendo sobretudo do estímulo desproporcionado ao crédito e à especulação financeira capitalista.

São sobretudo o resultado da financeirização da economia – sem tradução nem correspondência em real acréscimo de actividade produtiva – e constituem peça central da estratégia de desenvolvimento do neoliberalismo, sempre em busca de taxas de lucro que a produção real não pode assegurar.

Ora, embora o relatório faça algumas criticas ao funcionamento destas Agências, a verdade é que nunca vai ao fundo da questão nem propõe o controlo público do sector financeiro, por não querer pôr em causa os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.

Por isso, insistimos na regulação eficaz do sector financeiro, pondo cobro à liberalização dos movimentos de capitais, dos paraísos fiscais, dos produtos derivados e do funcionamento destas Agências de Notação de Crédito. Precisamos de outra política fiscal que contribua para o desenvolvimento económico, a justiça social e o equilíbrio das contas públicas, para o que pode contribuir o fim dos benefícios fiscais envolvidos nos paraísos fiscais, a taxação das mais valias realizadas na bolsa e a introdução de uma taxa suplementar sobre lucros dos grandes grupos económicos e financeiros.

  • Economia e Aparelho Produtivo
  • União Europeia
  • Declarações de Voto
  • Parlamento Europeu