Esta proposta de resolução versa sobre o estabelecimento de um Acordo de Comércio Livre entre a União Europeia e a Tunísia, que se insere no âmbito mais vasto das relações de vizinhança, e se rege pelo Acordo de Associação Mediterrânica de 1995, o qual prevê a criação de uma zona de comércio livre e o estabelecimento de disposições sobre a agricultura e os serviços. A abertura de negociações a este acordo apresenta-se como sendo uma medida de ajuda à Tunísia, na sequência dos bárbaros atentados perpetrados a 26 de Junho de 2015 em Sousse. E não esconde, ainda que fazendo uma menção hipócrita no seu ponto 8, que: a Tunísia acolheu mais de 1,8 milhões de refugiados da Líbia, e que este número corresponde a 16 % da população total da Tunísia. Esta ultima, uma consequência directa da continuada ingerência da União Europeia no Médio Oriente e no Norte de África. Mas este Acordo de Livre Comércio de fachada solidária é no fundo de pendor neocolonialista, porque pretende impor políticas económicas e sociais à Tunísia que não beneficiarão ao povo, pelo contrário e uma vez mais, esta proposta visa abrir caminho às multinacionais europeias que pretendem alcançar o sector da agricultura e o sector dos serviços daquele país.