Esta resolução traduz o apoio da maioria do PE às prioridades da agenda hipócrita da UE para a 19ª Sessão do CDHNU. Não é novidade; trata-se de uma posição política recorrente de quem quer apontar o dedo aos países onde a UE tem um interesse de dominação económica, geoestratégica, política ou diplomática, deixando de lado os "amigos" ou violações próprias de Direitos Humanos. E muito há a dizer sobre essas violações na e/ou da UE. Pronunciam-se hipocritamente a favor da "indivisibilidade" e "universalidade" dos Direitos Humanos mas têm apoiado as exigências cruéis da UE, do FMI e dos governos nacionais de países como Portugal ou da Grécia aos seus povos, impondo um retrocesso no plano do direito ao trabalho e dos direitos dos trabalhadores, do direito à saúde, à educação e à habitação, comprometendo o seu direito à soberania e ao desenvolvimento.

Hipócrita é igualmente a falta de referências claras - e em alguns casos de qualquer referência - à violação sistemática de Direitos Humanos levada a cabo pelos EUA na base ilegal de Guantanamo (Cuba), às matanças de milhares de civis pela NATO no Afeganistão, no Paquistão e na Líbia, à ocupação e violação dos direitos do povo do Sahra Ocidental, ou à manutenção da política de apartheid de Israel sobre o povo Palestiniano e a manutenção do bloqueio a Gaza.