«Óbvio» - Ruben de Carvalho no «Diário de Notícias»

É inquestionável que o jantar que reuniu os generais que ocuparam o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército desde 25 de Abril de 1974 não corresponde aos padrões do funcionamento normal daquela instituição.

A situação é mais melindrosa quando nos encontramos perante uma instituição com rígidas normas de funcionamento e padrões de disciplina, rigorosas cadeias de comando, clara definição dos relacionamentos horizontais e verticais.

A personalidade dos protagonistas é duplamente relevante: pela relevância das funções militares que desempenharam e pelo facto de, na sua diversidade pessoal (e não só), terem em comum nunca haverem, pessoal ou colectivamente, assumido comportamentos fora do normal funcionamento da instituição a que pertencem.

Há, portanto, factores de perturbação do normal funcionamento das instituições. O factor da anormalidade é claramente conhecido e a iniciativa de quinta-feira torna o seu desconhecimento impossível.

O ministro da Defesa Paulo Portas é, incontornavelmente, um factor perturbador do normal funcionamento das instituições democráticas. A Constituição é clara sobre o assunto.

  • Soberania, Política Externa e Defesa
  • Central