Intervenções

«O futuro das pensões: combate à privatização e reforço dos sistemas de segurança social públicos e universais»

As palavras de Lawrence Fink, CEO da BlackRock, quando em 2017 abria o novo ano da bolsa alemã, deixam claro ao que vem. Dizia “os trabalhadores tendem a ser demasiado dependentes das pensões estatais”.

Dois anos antes, a mesma empresa recomendava à UE a criação de um fundo de pensões transfronteiriço no seu território.

Debate com o Presidente da CE sobre o «Estado da União»

Este debate redundou num exercício de cinismo, propaganda e mistificação.

Elogiou-se a lógica do compromisso, para defender a seguir o fim da regra da unanimidade, reforçando assim ainda mais o poder decisório das grandes potências.

A “soberania Europeia” de que falam é a soberania destas potências, o poder de porem e disporem, e de imporem os seus interesses e os interesses dos seus grupos económicos e financeiros.

As despesas militares associadas ao Fundo de Defesa aumentam mais de 20 vezes, mas o Sr. Juncker tem a desfaçatez de afirmar que não há aqui nenhuma militarização.

Conclusão do terceiro programa de ajustamento económico para a Grécia

O exemplo grego é, por agora, a mais viva demonstração do que pode suceder, e de facto sucedeu, a um país periférico do Euro.

O Euro encurralou a periferia entre a espada e a parede: ou a chantagem dos especuladores, ou a chantagem da troika.

Entretanto, o Euro continua a desfiar o infindável novelo da austeridade.

No caso de Portugal, renovam-se as pressões para reduzir a despesa pública primária, em particular no sector da saúde, e para aumentar a despesa associada ao pagamento da dívida. Menos dinheiro para a saúde, mais dinheiro para a dívida: disse há dias à Comissão Europeia.

Sobre a crise migratória e situação humanitária na Venezuela e nas suas fronteiras

Tudo vale para criar as condições que justifiquem uma intervenção na Venezuela. A narrativa para procurar inventar uma crise humanitária, agora uma crise migratória, não conhece limites. A primeira, é desmentida por relatores da ONU. A segunda, são os próprios dados do EUROSTAT que desmentem, com níveis negligenciáveis de aprovações de pedidos de asilo na UE.

Sobre o Pacote de Mobilidade

A realidade do sector do transporte rodoviário traduz uma realidade de brutal exploração dos trabalhadores. Elevadíssimos níveis de precariedade e muito baixos salários, onde se denunciam práticas ilegais de pagamentos ao quilómetro, à tonelagem ou à viagem. Impõem-se pesadas jornadas de trabalho, tendencialmente crescentes, para responder às necessidades dos grandes grupos económicos. Impõe-se o isolamento, pessoal e familiar em longos períodos de serviço, que algumas propostas agravam.

Sobre as decisões do Conselho Europeu de 28 e 29 de Junho

Permita-me uma expressão de solidariedade com a justa luta dos intérpretes.
As decisões do Conselho evidenciam o caracter desumano da resposta da UE às migrações.

Crescimento demográfico: questões e perspectivas

A questão demográfica não pode ser equacionada separadamente do contexto político, económico e social vigente.

Na Europa, em especial na sua periferia, em países como Portugal, as políticas neoliberais impostas pela União Europeia levaram a uma situação de crise económica e social profunda e duradoura, com impactos na quebra da natalidade e no aumento da emigração.

A perspectiva de quebra demográfica e de envelhecimento da população que daqui resulta condiciona as perspectivas de desenvolvimento.

A ajuda humanitária no Sudão do Sul

A História mais recente do Sudão não é muito diferente da História de outros países africanos vítimas do colonialismo e do imperialismo.

A estratégia é conhecida: criar, explorar, instrumentalizar diferenças nacionais, étnicas e religiosas, fomentando desequilíbrios territoriais e desigualdades que alimentam tensões e rivalidades. Desestabilizar, instigar conflitos, armar as partes beligerantes.

É a estratégia de dividir para reinar, para melhor explorar recursos naturais, inviabilizar um Estado forte e dominar estrategicamente a região.

A urgência de novas medidas de combate ao terrorismo internacional

O terrorismo - quaisquer que sejam as suas causas, formas e objectivos - serve sempre as estratégias e os interesses mais reaccionários e sinistros e é inseparável das políticas de exploração e opressão, da rapina de recursos naturais, e da lógica do militarismo e da guerra.