Intervenções

Um sector de algas que não comprometa o sector da pesca e que valorize as potencialidades do país

Portugal tem uma relação histórica com a recolha e utilização de algas nas regiões costeiras.
Desde a apanha do moliço à apanha do sargaço, para utilização agrícola como adubo, que moldou comunidades costeiras na região centro e norte de Portugal.
A utilização deste recurso foi sendo substituída pelo recurso a fertilizantes químicos, mas em detrimento do ambiente e das comunidades que desta actividade dependiam.

Valorizar e apoiar a pequena média produção

O papel dos agricultores é produzir alimentos e garantir a segurança e soberania alimentares. 
E, se de facto, estão aqui preocupados com o ecossistema e com a agricultura, então avancemos com políticas que garantam os meios para apoiar os pequenos agricultores e as práticas agricolas agro-ecológicas.

Pelo combate a toda e qualquer forma de violência contra a mulher

Em Portugal, só no primeiro trimestre houve quase 7.000 queixas e 5 homicídios por violência doméstica, noticiava ontem um jornal diário.
Persistem fenómenos estruturais de violência sobre as mulheres que exigem medidas específicas, articuladas e integradas de prevenção, proteção e erradicação.
 
Entre as medidas necessárias, destacamos:
. o reforço dos meios materiais e humanos dos serviços públicos que intervêm neste domínio, desde os serviços de saúde, passando pela Segurança Social, forças e serviços de segurança, até às autoridades judiciárias.
 

Garantir melhores salários e pensões, valorizar quem trabalha e investir nos serviços públicos

Dois anos depois da Cimeira Social do Porto, podemos perguntar:
As pessoas vivem melhor? Os portugueses vivem melhor?
Não, não vivem.

No que diz respeito ao combate à pobreza, se os objectivos do plano de acção que saiu desta cimeira já eram pouco ambiciosos em 2021, está agora mais que provado que são claramente insuficientes.
Há cada vez mais pessoas em situação de pobreza, cada vez mais se empobrece a trabalhar, a precariedade continua e a austeridade espreita.

Tributar a riqueza onde é gerada, ao serviço dos trabalhadores e do desenvolvimento do país

Procuram institucionalizar uma ‘política fiscal’ da UE, imiscuindo-se na política fiscal de cada Estado, subvertendo o justo princípio de um orçamento baseado em contribuições segundo o rendimento nacional bruto de cada Estado.

Querem pôr a pagar mais quem está em pior condição, implodindo os conceitos de coesão e da convergência, pondo em causa a função redistributiva do Orçamento, quando deveriam ser os que mais beneficiam com a integração e têm borlas e descontos, a contribuir mais para o Orçamento da UE.

Valorizar o SNS e os seus profissionais

É preciso valorizar o Serviço Nacional de Saúde e inverter a política de direita que tem contribuído para a sua degradação, indissociável da submissão às imposições da UE. A revisão da governação macroeconómica e o foco sobre a despesa primária fazem antever uma ainda maior pressão para o desinvestimento na saúde.

O caminho ruinoso seguido por sucessivos Governos, e que o actual insiste em manter, tem uma expressão dramática, à custa da população e comprometendo o direito à Saúde.
Alguns números exemplificativos:
. 1,6 milhões de utentes sem médico de família;

Rejeitar o Pacto de Estabilidade e os constrangimentos que impõe ao país

Do que estamos a falar não é de maior flexibilidade ou do aligeirar das regras.

Pelo contrário, adicionam novos e mais pesados constrangimentos, por parte das instituições da UE e das potências que as controlam, sobre Estados como Portugal.

Querem impor um quadro normativo com crescentes intromissões na soberania e nas políticas e opções orçamentais, financeiras, económicas e sociais, de Estados como Portugal, com mais sanções e com sanções mais fáceis de aplicar.

Fruta, legumes e leite nas escolas

Com o apoio à distribuição de leite, fruta e produtos hortícolas, este regime escolar da UE tem um caráter nutricional e educativo que pode incentivar as crianças a consumir produtos diversificados. Além disso, pode constituir a principal refeição de muitas crianças que pouco têm em casa para comer.
Seria importante ainda garantir que os produtos fornecidos no quadro deste regime fossem preferencialmente locais e refletissem a cultura e a sazonalidade de cada região, valorizando os pequenos e médios produtores.

A precariedade dos trabalhadores científicos tem de acabar

Os vínculos dos trabalhadores científicos em Portugal caracterizam-se por uma precariedade grave e prolongada, independentemente do grau académico. São muitos os que trabalham por meio de bolsas atrás de bolsas, sem acesso a qualquer direito laboral, hipotecando o seu futuro, à espera do contrato que, se vier, tem prazo de validade, sem horizonte à vista.

Um Orçamento da UE que contribua para responder aos problemas dos trabalhadores e dos povos

O orçamento da União Europeia, em especial no contexto do brutal aumento do custo de vida, que asfixia os povos e trabalhadores, inseparável de opções políticas da UE, deve contribuir para a promoção do investimento, a melhoria dos serviços públicos, o apoio aos sectores produtivos e estratégicos, promover a soberania alimentar e energética, a criação de empregos com direitos e aumento de salários e pensões, o combate à pobreza, à exclusão social e às crescentes desigualdades, a protecção do ambiente e da biodiversidade.