Natural do Porto (1961), Mário Barreiros estudou bateria e guitarra como autodidacta, tendo integrado, apenas com oito anos de idade, o grupo Mini-Pop formado por seu pai. Frequentou o Conservatório de Música do Porto e em 1978, com o fim do Mini-Pop, Mário Barreiros descobriu em definitivo o jazz, desde logo nutrindo uma grande admiração por Tony Williams.

As suas primeiras actuações como baterista de jazz aconteceram em Lisboa no Hot Clube de Portugal e em 1981-1982 surgiu integrado no Quarteto do saxofonista Rão Kyao, juntamente com António Pinho Vargas e Zé Eduardo. Tendo estudado com famosos bateristas como Billy Hart, Paul Motian, Joe Hunt e Kenny Washiongton, Mário Barreiros fez parte do Quinteto de Maria João, Quarteto de António Pinho Vargas, Sexteto de Jazz de Lisboa, Quarteto de Mário Laginha, Cool Jazz Orchestra (de Pedro Abrunhosa) e tocou também, entre outros, com Andy Sheppard, David Liebman, Frank Lacy, John Stubblefield, David Schnitter, Al Grey, Perico Sambeat e Wayne Shorter.

No âmbito da música popular, Mário Barreiros destacou-se, sobretudo, na guitarra, tendo sido membro de grupos importantes como os de Rui Veloso, Pedro Abrunhosa & Bandemónio e fundador do grupo Jafumega. Participou em festivais em Portugal, França, Espanha, Itália, Bélgica, Suiça, Macau, Inglaterra, Canadá, EUA e Brasil.

Actualmente, para além de se ter dedicado novamente à prática do jazz e à direcção do seu próprio sexteto, Mário Barreiros tornou-se um conceituado produtor, não apenas de bandas em diversas áreas musicais mas também discográfico. Mais recentemente, o sexteto que lidera publicou um álbum de grande qualidade intitulado Dedadas.

Mário Santos nasceu em 1965, iniciando 20 anos mais tarde os seus estudos musicais na Escola de Jazz do Porto, vindo aí a leccionar depois a disciplina de Saxofone. Colaborou na formação de vários grupos de jazz, tais como: Orquestra da Escola de Jazz do Porto, Trio de Jazz do Porto, Quiproquó, Jam Jazz Group, Octeto Porto Blues Band, George Letellier Quartet ou o Septeto de Jazz do Porto. Participa em 1986 num seminário com Richie Buckley. Actuou com Zlatko Kaucic, Toon Ross, Ramón Cardo, Pedro Madaleno, Pedro Barreiros, Diego Ebbeler, Nelson Cedrez, Ricardo Fabini, José Menezes, Thomas Walton, Eduardo Santos e Kinteto de António Ferro, entre outros, tendo tocado em vários festivais nacionais. Actualmente, prossegue a sua actividade como docente, integra desde a sua criação a Orquestra de Jazz de Matosinhos e criou o seu próprio grupo - Bloco de Notas - um sexteto com o qual gravou o seu primeiro álbum Encomenda, gravado no âmbito do XV Festival de Jazz do Porto.

Pedro Guedes, outro compositor de algumas peças do álbum Dedadas, nasceu no Porto em 1969 tendo iniciado os seus primeiros estudos de piano com uma professora particular. Mais tarde, já no Conservatório de Música do Porto, foi aluno de Álvaro Teixeira Lopes. Em 1986 entrou para a Escola de Jazz do Porto, onde teve como professores Mário Laginha e Carlos Azevedo, tendo ainda feito parte da Orquestra de Jazz do Porto com a qual participou em vários festivais em Portugal e na Espanha.

Em 1992 vai para Nova Iorque onde inicia o Bachelor of Fine Arts na New School for Jazz and Contemporary Music, que conclui em 1994, tendo na ocasião estudado ainda com Richie Beirach, Jim Hall, Fred Hersch ou Brad Mehldau. Entre os músicos com quem já tocou, figuram Bob Belden, Loren Schonberg, Suguro Misayo, Pedro Barreiros e Mário Barreiros. Em 1995 cria o seu quarteto com o qual faz vários concertos em Portugal e no estrangeiro. Juntamente com Carlos Azevedo, funda em 1999 a Orquestra de Jazz de Matosinhos, que ainda hoje co-dirige.

Conceituado produtor português, Mário Barreiros vive a música em pleno nas diversas frentes. Baterista de renome, integrou desde cedo formações de Jazz assim como grupos de outros géneros musicais.

Dividido entre as suas muitas funções, Mário Barreiros resolveu dedicar-se em pleno ao sexteto em 2006 para se estrear agora em disco com «Dedadas». Ao lado de Mário Santos (saxofone tenor e clarinete baixo), José Luís Rego (saxofones soprano, alto e clarinete), José Pedro Coelho (saxofones tenor e soprano), Pedro Guedes (piano), Pedro Barreiros (contrabaixo), o baterista Mário Barreiros prepara-se para percorrer o País e apresentar ao vivo este registo que conta com um repertório alargado com temas originais da autoria de Mário Barreiros, Pedro Guedes e Mário Santos.