Os Telectu actuam
no Auditório 1.º de Maio, na Quinta da Atalaia, no ano em que se assinala o
30.º aniversário da sua fundação e o 25.º da sua presença na Festa do Avante!.
A sua música experimental é amplamente reconhecida em Portugal e no estrangeiro. Carlos Zíngaro e Chris Cutler são os músicos convidados.
Carlos Zíngaro
Com formação clássica, Carlos Magalhães Alves, conhecido pelo pseudónimo
«Zingaro», tem actividade nos domínios da improvisação desde finais dos anos 60
- o seu grupo Plexus, o primeiro do género a surgir em Portugal, foi formado em
1967.
Na
década seguinte, ganha projecção internacional a tocar com Kent Carter e Daunik
Lazro, mas é depois de ganhar um Fulbright Grant, em 1979, e de ser convidado
pela Creative Music Foundation a participar em encontros, acções colectivas e
concertos em Woodstock, Nova Iorque, que começa a aparecer ao lado dos maiores
nomes da música criativa, como Anthony Braxton, George Lewis, Leo Smith, Tom
Cora e Richard Teitelbaum.
Mantém
colaborações ao vivo e em disco com este último até aos dias de hoje e formou
um grupo com Tom Cora até à morte deste. Outros músicos com quem mantém
parcerias regulares são Joelle Léandre, Paul Lovens, Rudiger Carl, Hans
Reichel, Roger Turner e Dominique Pifarely, mas Zingaro tem tocado com um
imenso de improvisadores, desde os consagrados Derek Bailey, Evan Parker, Peter
Kowald, Steve Lacy e Frederic Rzewsky até representantes das novas gerações
como Otomo Yoshihide, Matt Wand (Stock, Hausen & Walkman), Thomas Lehn e
Axel Dorner, passando por Gunter Muller, Mats Gustafsson, Voice Crack, Simon H.
Fell, Hamid Drake e Lê Quan Ninh, entre muitos outros.
Descobriu
a electrónica desde muito cedo e a forma como dispara sons do seu computador
com o violino é única nas áreas em que se move. O uso de tecnologia digital e
analógico está particularmente presente no seu trabalho como compositor de
cena, para dança e teatro (trabalhou com coreógrafos como Olga Roriz, Margarida
Bettencourt e João Natividade e com encenadores como Ricardo País e
GiorgioBarberio Corsertti).
Na
linha do violino improvisado de Leroi Jenkins, mas com as confessadas
influências de Bela Bartok, Chostakovich, John Cage, Ornette Coleman, Jimi
Hendrix e Morton Subotnick, Carlos Zingaro tem um estilo polifacetado e
irrequieto, onde se destaca a utilização de fraseados curtos e fragmentários,
mudando de direcção com frequência ou explorando repetições.