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Música
afro-fusão com força e alma
Com
raízes musicais no Brasil, na Guiné-Bissau e na
Dinamarca, o conjunto Korasons tem a sua base em Lisboa e lança
um novo cd-demo. Ibrahima
Galissá tem
31 anos e toca kora. É também o incansável
instigador do Korasons, um conjunto multiétnico a ser
descoberto, uma vez que vai ao encontro daquilo que se procura neste
género musical: a vida, a força, e ritmos dançantes.
Korasons é uma criação do músico
dinamarquês Madshoff,
de 45 anos. Aventurou-se durante mais de dez anos pelos meandros da
cultura mandingo, em Africa ocidental. Está actualmente
radicado em Lisboa onde se encontra próximo daqueles que
vieram de África com a música no corpo.
Madshoff
é guitarista formado pela Rytmisk Musik Konservatorium de
Copenhaga, na Dinamarca. Foi integrante de inúmeros conjuntos
na Dinamarca, entre outros Muzi DanZim Band and Okyerema Pra &
Agoro Band.
O seu interesse pela música de África ocidental foi
despertado durante uma viagem pela Guiné,
onde conheceu Fatyiah Kouyaté. Este tomou-o como aluno e
iniciou-o à música mandinga. Madshoff não largou
mais esse universo musical e encontrou nos meios africanos de Lisboa
pessoas que compartilham a sua paixão.
Um
deles é Ibrahima
Galissá que
ainda miúdo ouvia o seu avô, cuja virtuosidade no
instrumento considerado como o mais avançado e exigente da
música africana, o kora, encantava a toda a gente. É um
instrumento de 21 cordas com uma cabaça recoberta de pele de
vaca a servir de caixa sonora. Com
apenas um instrumentista, o kora produz o som de três guitarras
flamenco reunidas!
Ibrahima tinha os sentidos apurados e o talento necessário
para observar e aprender, de tal maneira que acabou por ele próprio
aperfeiçoar o instrumento, acrescentando-lhe duas cordas. A
sua enérgica virtuosidade faz de Ibrahima um músico
cobiçado entre conjuntos que cultivam a música de
Africa ocidental.
O
toque brasileiro do Korasons é dado pelo baterista Aluísio
Neves, que em
Portugal é conhecido como o homem que «mexe as panelas»
do conjunto de reggae Kussondulola. Neves foi aluno do conhecido
percussionista Robertinho Silva, no Brasil. Neves é
acompanhado pelo percussionista Gueladjo
Sané que foi,
durante 15 anos primeiro solista da companhia nacional de balé
de Guiné-Bissau com as suas frequentes turnées pelo
mundo. Sané é, no entanto, mais conhecido em Portugal
como mestre-percussionista do conjunto Djamboonda. O baixista do
Korasons é Sanhá
Tambá,
conterráneo de Sané, que também já se
destacou como cantor e a guitarrista. É também um
músico procurado por um grande número de conjuntos,
entre outros nos concerto de Mory
Kanté, mas
também por ocasião de concertos ou gravações
de outros músicos africanos em Portugal ou na Guiné-Bissau.
Para além da intensidade musical, a expressão mais
sensual do Korasons é sem dúvida a cantora Bineta
Sock, que, quando
actua consegue unir corpo e alma numa sublime expressão.
Bineta é exceptional num palco, como o pode mostrar nos
concertos de Youssor
N'dour, quando
ainda vivia em Senegal e actuava como dançarina. Antes de a
Bineta Sock tornar-se membro integrante do conjunto Korasons, cantou
em coro e dançou durante actuações do músico
angolano Bonga.
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