|
|
Ponto da situação das actuais negociações no âmbito da OMC - Resposta a Pergunta oral de Pedro Guerreiro no PE |
|
Segunda, 21 Abril 2008 |
Em meados de Fevereiro, os presidentes dos grupos de negociação
respectivos, sobre agricultura e sobre produtos industriais ("NAMA"),
elaboraram novas versões dos seus textos negociais. Realizaram-se
entretanto outras negociações, e os presidentes poderão optar por
repercutir os progressos alcançados, elaborando novos textos revistos.
Os membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) deverão então
decidir se existe uma base sólida para passar a uma negociação a nível
ministerial. Tais negociações procurarão chegar a acordo sobre as
chamadas “modalidades” para a fase final das negociações. Existem
algumas perspectivas de que essa reunião a nível ministerial possa ser
convocada nos próximos meses.
No sector da agricultura, a Comissão procurou estabelecer contactos com
países terceiros, a fim de encontrar soluções mutuamente aceitáveis.
Nesse contexto, a Comissão está a operar rigorosamente dentro dos
limites do mandato conferido pelo Conselho, com base na reforma da
Política Agrícola Comum, de 2003. Embora pareça existir uma
convergência crescente entre as partes negociais sobre o tratamento de
produtos sensíveis, existem ainda algumas questões pendentes, que se
caracterizam pela sua dificuldade e sensibilidade política, sobretudo
em matéria de acesso ao mercado, as quais não atingiram ainda a
maturação suficiente para serem tratadas a nível ministerial.
O texto negocial de Fevereiro sobre NAMA não era suficientemente claro
quanto à contribuição das economias emergentes. A posição da UE é a de
que essas economias emergentes deverão contribuir para criar
oportunidades novas e efectivas de comércio de bens industriais,
conforme previsto no mandato da Agenda de Doha para o Desenvolvimento.
Esta posição foi tornada clara aos outros membros da OMC. No que diz
respeito a sectores específicos, a EU apresentou uma proposta de acordo
sectorial sobre têxteis (nos termos da qual o comércio de têxteis seria
ainda mais liberalizado) e continuará a exercer pressões para conter os
valores máximos dos direitos aduaneiros nos países desenvolvidos e nas
economias emergentes.
No sector dos serviços, será essencial um acordo da OMC a nível
ministerial sobre a necessidade de resultados ambiciosos nesse domínio.
À margem das reuniões da OMC a nível ministerial, realizar-se-á uma
reunião especial com as principais economias industriais e emergentes,
durante a qual esses países sinalizarão as áreas nas quais podem
oferecer uma maior liberalização ("conferência multilateral de
sinalização"). Por tal motivo, os resultados dessa conferência serão
tidos em conta na avaliação global, pela CE, do equilíbrio que poderá
ser atingido através das negociações no seu conjunto.
Qualquer resultado das negociações que possa surgir nas próximas
semanas deverá ser global e abranger questões de nítido interesse para
a UE. A ambição manifestada no sector da agricultura deve encontrar
correspondência plena noutros sectores negociais, incluindo NAMA,
Serviços e Regras, bem como Indicações Geográficas. A Comissão não está
disposta a ceder no seguinte aspecto: não será aceitável um resultado
global que não seja equilibrado.
|