Em Junho de 2001, uma jovem cantora cabo-verdiana, com apenas 16
anos, ganhava a Medalha de Ouro nos jogos da Francofonia no Canadá, face às
suas concorrentes, representantes de 35 países de quatro continentes.
Cabo Verde obtinha, assim, a sua primeira medalha de ouro de uma competição
internacional e deve este feito a uma menina nascida em Cuba, filha de pais
cabo-verdianos, que o prestigiado jornal francês Le Monde jurou, já em 2005,
ter os directores artísticos de Paris desenfreados à procura desta voz e
silhueta que a tantos encanta e comove. «Brevemente o nome desta cabo-verdiana
estará na boca de todos os peritos», lê-se ainda no mesmo jornal.
Desde essa aventura tão bem sucedida no Canadá, nunca mais parou, tendo actuado
em palcos míticos. Tem-se cruzado e partilhado palcos e momentos, ao longo das
andanças profissionais, com grandes nomes da música mundial, a começar pela
Cesária Évora, Mário Lúcio Sousa, Baú, Chico Buarque, Caetano Veloso, Ismael
Lo, Ernesto Puentes ou, mais recentemente, Charles Aznavour, com quem gravou um
duo para o último disco do interprete francês.
Disse o Jornal Público que o facto de ela ainda não ter nenhum disco editado é
um verdadeiro crime.
Podemos ficar, no
entanto, descansados, porque o momento já chegou, e com “Navega”ela, com
certeza, pagará todas as penitências perante os seus imensos admiradores e fãs,
por longa espera. Uma espera de que não tem pressa e de quem sabe que quem o
que faz dessa forma, sempre alcança. Preferiu à promoção desenfreada, quem sabe
fugaz e efémera, apostar numa formação sólida e criativa, mostrando que mesmo
tendo a fama a bater-lhe à porta todos os dias, prefere apenas piscar-lhe o
olho e mostrar que tem os pés bem assentes no chão.
Militante da cultura cabo-verdiana ela impõe o seu estilo. De voz grave e
quente, ela passa com uma facilidade que surpreende da morna ao funaná, da
coladeira ao batuque, associando-lhe um toque de jazz único. A sua
personalidade e talento, trazem um verdadeiro sopro novo à música das ilhas e
do mundo, resultado de um cruzamento de ritmos e sons, que são, nem mais nem
menos do que uma poderosa metáfora do seu próprio percurso enquanto ser humano.
Mayra Andrade é a grande aposta da Sony França para 2006.
O seu primeiro disco foi editado em França no passado mês de
Maio e em Portugal será editado a 17 de Julho pela SonyBMG.
www.mayra-andrade.com
«Há uma cantora bem colocada para assegurar a nova geração de
Cabo Verde. É Mayra Andrade! »
Cesária Évora in RFI Musica
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