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Declarações do Conselho e da Comissão sobre o Kosovo - Declaração escrita de Pedro Guerreiro no PE |
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Quarta, 20 Fevereiro 2008 |
A declaração unilateral de independência da província sérvia do Kosovo não é inevitável.
Trata-se, isso sim, de um acontecimento de extrema gravidade e de um
perigoso precedente no plano do direito internacional, com
imprevisíveis consequências na estabilidade das fronteiras,
nomeadamente no continente Europeu.
Trata-se, isso sim, de uma flagrante violação da Carta das Nações Unidas e da Acta de Helsínquia.
Trata-se, isso sim, de uma decisão ilegal à luz dos princípios mais básicos do direito internacional.
Trata-se, isso sim, da criação artificial de um "pseudo-estado" sob
"soberania vigiada" - seja isso o que for, será tudo menos soberania -,
ou melhor, de um protectorado criado e imposto, através da agressão e
ocupação militar, pelos EUA, a NATO e a UE.
Trata-se, isso sim, da tentativa de perpetuar através da política do
"facto consumado" o domínio político, económico e militar desta
importantíssima região da Europa por parte dos EUA e das grandes
potências da UE.
Esta ilegalidade não deverá ser reconhecida, nem formalmente, nem "de
facto", nomeadamente através do envio e da participação na dita
"missão" da UE para o Kosovo. Dita "missão" da UE que não tem,
efectivamente, qualquer mandato das Nações Unidas. "Missão" da UE que
para além e porque pactua com uma ilegalidade é, dir-se-ia, duplamente
ilegal.
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