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Noite de Fado com Ricardo Parreira e Fernando Alvim; Raquel Tavares; Chico Madureira; Aldina Duarte; Rosa Madeira
Rosa
Madeira,
cresceu no Cartaxo. Após
ter alcançado o primeiro prémio de canção
num concurso infantil, Rosa Madeira recebeu o convite para integrar o
elenco da Orquestra Escalabitana onde conjuga durante alguns anos a
vida de estudante com a de vocalista na orquestra.
Em
1980 vai para a Madeira. Canta fado pela primeira vez numa casa de
fados, na Zona Velha do Funchal, a convite do proprietário e
pelos aplausos recebidos, Rosa Madeira decide iniciar a carreira de
fadista.
O
seu primeiro contacto com o exterior aconteceria em Abril de 1981 em
Jersey. Seguindo-se deslocações à Venezuela e
Canárias. Em Novembro de 1985 participa num certame
promocional da Madeira no Casino do Estoril. Aqui surge o convite da
direcção do mesmo para uma temporada entre Fevereiro e
Março. Durante esta estadia é ouvida por Beatriz Costa
que a convida no fim de um espectáculo para a sua mesa onde se
encontram Manuel Paião e Eduardo Damas, com quem passa a
estabelecer uma relação de amizade. Surge então
a oportunidade da realizar do seu primeiro trabalho discográfico
a nível nacional, com trabalhos daqueles dois autores.
Em
1986 é convidada por Rodrigo para acompanhá-lo numa
digressão à África do Sul. Representa novamente
a Madeira na I.T.B. de Berlim e efectua uma digressão por
Itália com actuações nas principais cidades.
Em
1989 participa nos Açores nas semanas culturais de Velas na
Ilha de S. Jorge e em Povoação na Ilha de S. Miguel.
Entretanto
surge um novo CD "Minha
Ilha, meu fado".
Em
1993 participa nas comemorações do aniversário
do Centro Desportivo Cultural Português em Londres.
Em
1994 é convidada para actuar no dia de Portugal e das
Comunidades Portuguesas em Toronto no Canadá e, em Outubro
regressa a Londres.
Em
1996 Rosa Madeira é convidada pela comissão
organizadora das comemorações do dia 1 de Julho, dia da
Região, para actuar num concerto de Fados e Guitarras no
Centro Português de Caracas acompanhada pela orquestra
sinfónica da Venezuela, dirigida pelo maestro Jesus Perez
Perazzo. Participam também Arménio de Melo, guitarra
portuguesa, Jaime Santos, viola.
Em
Novembro de 1997 grava um novo trabalho discográfico -
"Destino".
Em
1997 volta a ser convidada para participar nas comemorações
do dia de Portugal e da Região Autónoma da Madeira e
das Comunidades Madeirenses, num espectáculo intitulado
"Saudade da Madeira - Fantasia Sinfónica", realizado no
Teatro Teresa Carreño em Caracas. Neste espectáculo foi
novamente acompanhada pela Orquestra Sinfónica Venezuelana
dirigida pelo maestro Rafael Jimenez com a participação
de Arménio de Melo na guitarra portuguesa.
Em
1998 foi convidada da Orquestra Sinfónica Venezuelana para
participar no espectáculo que esta apresentou na Expo 98 no
dia 5 de Junho. Este mesmo espectáculo volta a ser apresentado
no Jardim Municipal do Funchal no dia 7 de Junho, onde a artista é
publicamente agraciada com uma medalha da referida Orquestra. Até
hoje, Rosa Madeira foi agraciada com cinco prémios prestígio.
Em
2001 grava para a Straus o seu segundo CD - "Guitarras
do Meu País",
impulsionada pelo seu amigo Prof. Fontes Rocha, trabalho que ele
próprio produz e acompanha. Participam
também neste trabalho Carlos Manuel Proença (viola) e
Marino de Freitas (Baixo).
Em
2003 assina um contrato com o Casino da Madeira para participar no
programa mensal Noites de Fado onde Rosa Madeira canta e tem como
convidado um outro fadista.
Em
2006 grava o CD "Entre
a Bruma e a Memória"
com edição da Ocarina.
Chico
Madureira
iniciou a sua carreira no início dos anos setenta. Frequenta
as casas de Fado, canta de forma espontânea nas rodas de amigos
e aí começa a revelar os seus dotes de fadista. O
carinho e aceitação do público levou-o a abraçar
a carreira de fadista e passou a fazer parte do elenco das mais
importantes e prestigiadas casas de Fado de então. Integrou o
projecto "Opus Fado" sob a direcção musical do
Professor Martinho da Assunção, realizando então
diversas digressões pelo país e estrangeiro.
Chico
Madureira é considerado no meio fadista como um dos mais
importantes intérpretes da sua geração e ao
mesmo tempo um mestre e uma grande referência para os mais
novos.
Após
prolongada pausa, Chico Madureira retoma a carreira devido aos
pedidos e incentivos dos amigos, dos colegas e dos mais aficionados
desta forma de expressão que o fadista representa como
ninguém. Esta "pressão" a que o artista foi
sujeito, contribuiu também para o lançamento, em Maio
de 2006 do CD "Regresso".
REGRESSO
não é um disco para guardar como uma revelação,
mas sim como uma referência de uma das mais importantes
testemunhas da História da Canção de Lisboa.
Aldina
Duarte, o
seu fado tem a pureza dos grandes mestres... um fado singular e
tocante, discreto e sem artifícios. Nas palavras da fadista:
«Ter a nossa vida na mão é uma responsabilidade.
Mexer com a vida dos outros é uma responsabilidade. Porque
acredito que o fado, como as outras artes, pode mudar a vida das
pessoas tal como mudou a minha, desde as mais pequenas até às
grandes coisas, não tinha mesmo outro remédio senão
gravar um disco e fazer este espectáculo».
Ricardo
Parreira,
este é o Ricardo Parreira de tenra idade, mas já na
perseguição da mestria de Carlos Paredes e António
Chaínho. Ricardo Parreira não se limita a ser presença
freqüente nas casas de fado e estudante do Conservatório.
Outros géneros são também território para
dedilhar as doze cordas, seja no concerto dos Donna Maria ou a
apresentação a solo, com apenas 14 anos, no concerto
«Um Porto de
Fado». Nas
mãos de Ricardo, a guitarra portuguesa não é só
mais um instrumento. Ganha um sentido de imprescindibilidade, de ser
parte integrante na música que cria que nunca teria tido forma
sem o instrumento e o modo como ele o toca. Ricardo Parreira é
já um mestre da guitarra portuguesa.
Fernando
Alvim, o
primeiro instrumento que estudou foi violoncelo, mas desde os sete
anos que tocava guitarra clássica. Aos 14 anos decidiu
aprender viola. Teve aulas com o prof. Duarte Costa e encantou
definitivamente por aquele instrumento com EmílioPujol. A
gravação original de «Pedra
Filosofal»
pertence-lhe. Mas os seus acordes «dissonantes» nunca se
hão-de separar da guitarra de Carlos Paredes.
Raquel
Tavares,
se fado quer
dizer destino, então que se fale de Raquel Tavares. Sente-se
na voz, na atitude, na expressão e acima de tudo na coragem
que tem em assumir-se como «fadista». Tudo isto não
pode ser por acaso, nem pelo facto de se falar de uma artista com um
enorme talento. A intuição musical, o peso e o ritmo
das palavras, a contenção e a genuinidade na
interpretação, sentem-se quando se ouve Raquel Tavares.
Para se interpretar não basta saber cantar, colocar a voz e
afinar nas notas da melodia; é importante criar, pegar na
poesia e sintonizá-la com a música que também é
sugerida. Sobre ela afirmou João Bonifácio: «Raquel
tem como principal qualidade uma dicção extremosa e
cuidada e um raro cuidado em não ceder a histrionismos. Ou
seja: nada de heranças de Amália, antes a procura de
uma voz própria.»
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