Sr. Presidente,
Srs. Deputados

Victor Sá Machado era, fundamentalmente, um homem de cultura e talvez por isso, apesar da sua presença em diversas áreas de intervenção, regressou sempre à casa que o acolheu em 1961, a Fundação Calouste Gulbenkian. Tal sucedeu quando a polícia política não o deixou ser magistrado nem docente universitário, o que levou a Fundação a endereçar-lhe convite para nela ingressar, tendo mais tarde, em 1969, passado a integrar o seu Conselho de Administração.

Foi também Deputado, Ministro e fundador do CDS, mas a acção cultural levou-o mais uma vez à Fundação Gulbenkian, cuja presidência assumiria em 29 de Dezembro de 1998. Teve responsabilidades múltiplas nos departamentos da Fundação e foi autor de múltiplas resoluções que ainda hoje se mantêm. Teve responsabilidades na área da saúde, da protecção social, da cooperação para o desenvolvimento e, fundamentalmente, na área das relações com os países africanos de expressão portuguesa. No entanto, como o próprio Sá Machado afirmava, ele não era um político, mas, sim, um homem da cultura e um homem da Fundação, que era, tão-só, a sua profissão. Foi o que disse numa das últimas entrevistas que deu, numa altura já muito próxima da sua morte.

À sua família, ao CDS e aos seus amigos, manifestamos os nossos pêsames.