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Comemorando
este ano o seu 15º. Aniversário, o trio «Azul»
de Carlos Bica é hoje uma das formações mais
originais no panorama do jazz contemporâneo europeu. Desde que
Bica gravou o seu primeiro álbum com esta formação
(na qual colaboraram ainda o trombonista norte-americano Ray Anderson
e a cantora portuguesa Maria João) são já quatro
os títulos que o trio, entretanto, publicou e que vêm
acrescentar-se à já notável e diversificada
discografia do contrabaixista.
Intitulam-se
eles: Azul,
Twist,
Look What
They've Done to my
Song
e, finalmente, Believer,
editado já este ano, sempre na independente alemã Enja.
Desde
o início colaborando intensamente com Carlos Bica na
criatividade deste trio e ainda, conjunturalmente, com peças
de autoria própria, tanto o guitarrista alemão Frank
Möbus como o
baterista norte-americano Jim
Black transmitem à
sonoridade global do grupo uma forte personalidade, sendo Möbus,
no trio, a voz instrumental que o faz aproximar dos terrenos do jazz
mais explícito, dos blues
e também da pop-rock,
e Black o baterista sempre desconcertante e imprevisível cuja
postura, no instrumento, contrasta por completo com a imagem-feita
dos bateristas de jazz.
Carlos
Bica é senhor
de uma sonoridade grandiosa e profunda e caracteriza-se por um estilo
ao mesmo tempo altamente percussivo e cantado na forma de utilizar o
contrabaixo. Compositor experimentado nas áreas da música
para teatro e para cinema, Bica jamais escondeu ou abandonou uma
musicalidade tipicamente portuguesa que, aliás, fez soar
noutro tipo de colaborações com José Mário
Branco, Janita Salomé, Camané ou Carlos do Carmo.
Durante muitos anos, o contrabaixista trabalhou também nos
grupos da cantora Maria João, participação que
contribuiu para a sua afirmação na cena internacional,
tendo tocado em inúmeros concertos e festivais ao lado de
músicos como Ray Anderson, Kenny Wheeler, Aki Takase, Paolo
Fresu, Julian Arguelles, Lee Konitz, Mário Laginha, Matthias
Scubert, João Paulo Esteves da Silva, Markus Stockhausen,
António Pinho Vargas ou Alexander von Schlippenbach, entre
outros.
A
trajectória musical de Carlos Bica ajuda a explicar os seus
interesses e as suas principais influências. Os seus primeiros
passos na aprendizagem do contrabaixo foram dados na Academia de
Amadores de Música e nos Cursos de Música do Estoril,
tendo-se formado mais tarde na Escola Superior de Música de
Würzburg, na Alemanha.
Outros
trabalhos discográficos dignos de registo são, por
exemplo, Cal
Viva, O
Exílio e
Almas
(ambos de
João Paulo), Klezmer
Stories (Paul
Brody), Essência
(Gebhard
Ullman), A
Chama do Sol
(Bica/Klammer/Kalima), Diz
(com Ana
Brandão) e, mais recentemente, Believer,
o seu primeiro álbum a solo.
Formação:
Carlos
Bica - Contrabaixo
Frank
Mobus - Guitarra
Jim
Black - bateria
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