Coimbra caracterizou-se por ser um distrito com actividades económicas
muito diversificadas, desde vários serviços públicos com relevo a nível
nacional, a um sector produtivo muito rico com indústria cerâmica,
naval e têxtil. Com o desenvolvimento de políticas de destruição do
aparelho produtivo levadas a cabo por sucessivos governos, seguidas
também pelo actual executivo, o que se verifica actualmente é que o
peso que este sector tem no distrito é residual.
Vladimiro Vale, responsável pela Direcção de Organização Regional de Coimbra do PCP, descreve que este distrito vive hoje graves problemas sociais originados pelo encerramento de empresas e pelo aumento do desemprego.
O número de desempregados, segundo dados oficiais, ronda os 17 200, sendo que a sua maioria são mulheres.
No entanto, os problemas sociais vividos no distrito não se ficam por aqui, o encerramento dos serviços públicos, nomeadamente o fecho de serviços nos Hospitais da Universidade de Coimbra, traduzem os ferozes ataques às funções sociais do estado que se têm vindo a verificar diminuindo a qualidade de vida das populações e diminui as potencialidades da própria região.
A campanha do PCP tem decorrido, prioritariamente, com acções nos locais de trabalho privilegiando o contacto directo com os trabalhadores e com as populações. Está prevista uma acção de rua, que consiste numa encenação, teatralizando vários problemas sociais.
Jorge Vicente, coordenador do Sindicato da Cerâmica e Construção da Região Centro abordou a situação de uma empresa de cerâmica – Ceres.
Esta empresa, existe na região há 50 anos, tem actualmente 200 trabalhadores. Depois de vários meses de salários em atraso, em 2006, mais de uma centena de trabalhadores suspenderam o contrato de trabalho. Os trabalhadores em conjunto com o sindicato levaram a cabo uma luta reivindicando a viabilidade da empresa e apostou-se num projecto de recuperação. A resposta do governo demorou um ano a viabilizar o projecto que se encontra agora numa fase de procura de financiamento.
Empresa de cerâmica - Ceres - distrito de Coimbra
Joana Cabido, trabalhadora da Ceres, através do seu testemunho pessoal, declara que o objectivo dos trabalhadores é recuperarem o seu posto de trabalho.
A empresa está fechada há um ano. Os 200 trabalhadores, entre eles muitos casais, recebem o subsídio de desemprego, valor abaixo do salário que auferiam. A situação que vive é muito difícil, pois embora estejam vinculados à empresa, o futuro é incerto.
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