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Quarta, 25 Julho 2007 |
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José Barros (José
Barros e Navegante), Rui Vaz e José Manuel David (Gaiteiros de
Lisboa) e Pedro Mestre (Tocador e construtor de violas campaniças),
dão corpo a este novo grupo que tem como base inicial o Cante
Sul, diferenciando-se por um novo repertório que vai mais para
além do cante e das modas do Alentejo com a incorporação
de temas populares e tradicionais do Mediterrâneo Europeu. O
grupo continuará a recriar os ambientes das modas alentejanas
acompanhadas pelas violas campaniças e a tocar este
instrumento usando as técnicas originais. Por outro lado, à
medida que o repertório o exigir, conta introduzir outros
instrumentos acústicos da tradição
mediterrânica.
A
viola campaniça é um instrumento quase desaparecido do
universo da música tradicional portuguesa. Outrora expandia-se
mais ou menos por todo o Baixo Alentejo, acompanhou as modas de
despique e baldão que se cantavam em momentos de festa, como a
Feira de Castro e os arraiais populares. Hoje em dia está
circunscrita apenas a dois ou três concelhos havendo já
algum trabalho de recuperação deste instrumento e da
sua aprendizagem, sobretudo em Castro Verde. O som cheio e
característico que possui provém dos seus cinco grupos
de cordas duplas, nos quais a existência de corda de aço
e de latão pouco tensionadas, marca a diferença em
relação a outros tipos de viola. O seu uso, hoje
praticamente reduzido ao acompanhamento de canções
cantadas por duas vozes, parece ter tido horizontes mais vastos,
acompanhando corais e modas de baile.
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