Partido Comunista Português
Intervenção de Jorge Machado na AR
O aumento do desemprego em Portugal
Quarta, 18 Novembro 2009
centro_emprego.jpgRealmente, os dados que o INE publicou ontem relativamente ao desemprego são dramáticos. Os dados referem 547 000 desempregados - triste record que este Governo soma a sucessivos aumentos nos números do desemprego ao longo dos últimos tempos. Além disso, como referiu na sua intervenção, se juntarmos os inactivos, os desmotivados, hoje temos cerca de 697 000 desempregados, isto é, uma taxa que corresponde a mais de 12% da população activa.  

O aumento do desemprego em Portugal

 

Sr. Presidente,
Sr.ª Deputada Teresa Caeiro,

Realmente, os dados que o INE publicou ontem relativamente ao desemprego são dramáticos. Os dados referem 547 000 desempregados - triste record que este Governo soma a sucessivos aumentos nos números do desemprego ao longo dos últimos tempos. Além disso, como referiu na sua intervenção, se juntarmos os inactivos, os desmotivados, hoje temos cerca de 697 000 desempregados, isto é, uma taxa que corresponde a mais de 12% da população activa.

Importa dizer que, entre o terceiro trimestre de 2008 e o terceiro trimestre de 2009, tivemos uma destruição líquida do emprego que ronda os 178 000 postos de trabalho, pelo que as declarações da Sr.ª Ministra são, no mínimo, estranhas. O anterior Ministro do Trabalho, hoje Ministro da Economia, disse que a culpa não é do Governo e o Primeiro-Ministro diz que a culpa é da crise internacional. Portanto, temos um cenário em que uma Ministra diz que não sabe, que está surpreendida com a situação com que se defronta, e outros dois membros do Governo «sacodem a água do capote» dizendo que a culpa não é do Governo e que não é nada com eles.

A questão que se coloca e o desafio que gostaria de lhe deixar, Sr.ª Deputada, é no sentido de saber se o CDS-PP está convencido de que é preciso uma alteração de fundo na política económica no sentido de deixar de apostar nos sectores especulativos para começar a apostar fortemente nos sectores produtivos.

Esta é que é a questão central para a criação do emprego.

Face a esta situação de emergência, o outro desafio que lhe deixo é o de saber se o CDS-PP está pronto para alterar, de uma vez por todas, as regras de atribuição do subsídio de desemprego. Hoje, apenas cerca de 350 000 desempregados recebem o subsídio de desemprego. Portanto, o que é preciso em relação ao subsídio de desemprego é alterar profundamente as regras da sua atribuição, não através da «operação de cosmética» que o Sr. Primeiro-Ministro anunciou nesta Câmara, que poderá abranger no máximo cerca de 10 000 trabalhadores, mas aumentando os períodos de garantia e de concessão, não apenas em 2010, mas ad aeternum, porque este problema da protecção no desemprego é fundamental para que haja emprego e emprego de qualidade.

É este o desafio que lhe deixo.