1. Tal como afirmámos no nosso comunicado
de anteontem, no dia 11 de Março a reacção sofreu uma grande
derrota na tentativa de subverter, através duma criminosa acção
armada, o regime democrático instaurado em 25 de Abril. Mais uma vez
as forças interessadas em repor no poder o fascismo derrotado jogaram
forte e perderam. Muitos dos conspiradores foram presos, os seus objectivos
postos a nu. É preciso que sejam severamente castigados. A aliança
Povo-MFA saiu reforçada e as forças progressistas viram reforçadas
as suas influência e autoridade.
2. Seria, contudo, um erro pensar que a reacção,
mais uma vez derrotada, desarmou em definitivo e não tentará novos
golpes contra as conquistas democráticas do nosso povo. A vigilância
popular deve manter-se, e a todos os manejos suspeitos e subversivos detectados
deve ser dada a resposta adequada.
As forças reaccionárias procuram manter no Pais um estado de
tensão artificial através duma onda de boatos e da intensificação
de actos atentatórios da tranquilidade pública. Grupos esquerdistas
pseudo-revolucionários estão levando à prática assaltos
e ocupações a residências e incitam ao agravamento de conflitos
e a acções irresponsáveis com o início objectivo
de manter um clima de agitação propicio às iniciativas
contra-revolucionárias e em absoluto contrárias aos interesses
das classes trabalhadoras.
3. O nosso povo quer construir em paz um Estado
verdadeiramente democrático, mas não pode deixar à solta
e sem resposta aqueles que querem criar no País esse clima de tensões
favorável aos intentos da reacção interna e internacional.
As acções irresponsáveis dos inimigos do processo democrático
devem encontrar pela frente a vigilância, a reprovação e
a resistência firmes das massas populares em estreita colaboração
com o MFA. Os movimentos e actos suspeitos devem ser prontamente levados ao
conhecimento das autoridades militares do MFA ou rapidamente anulados —
se tal se tornar necessário — pela própria iniciativa das
massas.
A vitória do 11 de Março deve ser consolidada e as conquistas
democráticas preservadas da acção dos sabotadores, sejam
eles direitistas ou pseudo-revolucionários.
4. O 11 de Março comprova que, se as
forças populares e democráticas e o MFA se mantiverem unidos,
o processo revolucionário é irreversível.
O PCP reafirma a sua inabalável confiança na unidade das massas
populares e na sua aliança com o MFA, factores determinantes e decisivos
para a vitória da democracia cm Portugal.
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