Partido Comunista Português
Relatório Van Hecke sobre a concessão obrigatória de patentes respeitantes ao fabrico de produtos farmacêuticos
Declaração de Voto de Pedro Guerreiro
Quinta, 01 Dezembro 2005

Apesar de introduzir melhorias pontuais relativamente ao regulamento proposto pela Comissão Europeia, as propostas do Parlamento Europeu não colocam em causa a questão central, ou seja, o monopólio e controlo por parte das multinacionais farmacêuticas de fármacos através da sua patenteação.

As propostas apresentadas pelo Parlamento Europeu não deixam de "legalizar" e impor um modelo "obrigatório" de dispensa de medicamentos essenciais a imensas populações a coberto de um profundo cinismo regulamentador, não colocando como prioridade a criação de mecanismos de promoção da investigação, assim como o desenvolvimento da capacidade de investigação, fabrico e oferta por esses e a esses povos dos medicamentos que lhes são essenciais e a que têm direito.

Trata-se de "regulamentar" o acesso a medicamentos por parte de países denominados subdesenvolvidos, de forma a que as multinacionais pratiquem preços menos onerosos, permitindo a estas alargar o seu mercado sem perderem os privilégios que mantém. Por outro lado, contorna-se o previsto na conferencia de DOHA da OMC, a possibilidade de os países "QUEBRAREM" as patentes por razões de Saúde Pública - casos do Brasil e da África do Sul que assim conseguiram fornecer gratuitamente medicamentos aos doentes com SIDA.

Daí o nosso voto contra.