Em 1997, o Avanteatro abriu ao público num espaço novo que
correspondeu a um conceito diferente do teatro na Festa.
O ruído normal da Festa, onde se cruzam múltiplas
fontes sonoras, constituiu ao longo dos anos uma dificuldade para os actores
e público, prejudicando, por vezes fatalmente, muitos espectáculos.
Mesmo a mudança de local verificada em 1996,
para a zona ribeirinha, aberta nesse ano aos visitantes, revelou-se insuficiente
pois não garantiu o desejado silêncio devido à proximidade
do Palco 25 de Abril.
No ano de 97, os organizadores foram mais além.
Não se limitaram a procurar uma nova localização
e decidiram apostar no teatro de rua, certamente mais adequado às
condições da Festa.
Surgiu assim, perto da entrada da Quinta da Princesa,
um novo recinto ao ar livre, delimitado por painéis de madeira,
que alberga um palco de generosas dimensões com aparelhagem sonora,
bem como cadeiras para o público.
A Festa poderá não ser à primeira
vista o local mais indicado para assistir ou representar uma peça
de Teatro. O ruído normal de uma iniciativa com milhares de pessoas,
a enorme variedade de fontes sonoras, a informalidade com que os visitantes
irrompem a meio de uma representação pelo meio do recinto,
sempre aberto, à procura de um lugar vago, ou a permeabilidade
da estrutura à luz do dia são sem dúvida condições
adversas e que constituem um desafio às companhias e actores que
levam à Festa os seus espectáculos.
A adesão do público, a qualidade dos
espectáculos, a melhoria das condições do espaço
são aspectos que têm vindo a marcar o Avanteatro. Todos os
anos o teatro, a dança e outras artes de palco afirmam a sua presença
e demonstram que têm um lugar de destaque no conjunto da programação
da Festa do «Avante!»
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