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A Comissão está ciente dos desafios que a indústria europeia do
calçado enfrenta e continuará a enfrentar nos próximos anos. A
indústria europeia do calçado foi modernizada e restruturada perante a
pressão crescente da concorrência internacional e com o advento das
novas tecnologias. Os países europeus viraram-se mais para os produtos
de alta qualidade que são diversificados e que oferecem um maior valor
acrescentado. No entanto, a concentração geográfica do sector, a sua
elevada intensidade de mão-de-obra e a considerável sensibilidade dos
preços às importações de baixo preço provocam uma situação na qual a
mais pequena flutuação no nível da actividade económica tem grandes
repercussões regionais e sociais significativas.
As empresas têm
como principal responsabilidade ir ao encontro desses desafios, mas o
papel das autoridades públicas é e continuará a ser, ao mesmo tempo, o
de estabelecer condições favoráveis de enquadramento nas quais o sector
do calçado - assim como outros sectores - possa desenvolver e usufruir
da oportunidade para competir, numa base equitativa, tanto a nível
nacional como internacional.
As prioridades para a indústria
europeia do calçado encontram-se no "Relatório sobre a promoção de
concorrência e emprego na indústria europeia do calçado", publicado
pela Comissão . São identificadas quatro prioridades: o comércio
internacional, a investigação e a inovação, o mercado único, o emprego
e a formação. Tendo em conta este aspecto, o relatório dá orientações,
nomeadamente para o emprego, a formação, o financiamento alternativo
dos encargos laborais, o trabalho não declarado e o diálogo social.
Considerando
este aspecto, a Comissão está actualmente a proceder a uma análise
económica e concorrencial dos sectores industriais da UE, sendo um
deles o sector do calçado. O objectivo da análise é preparar o terreno
para uma nova comunicação sobre a política industrial e desenvolver um
programa de trabalho para os próximos cinco anos, identificando acções
políticas e possíveis instrumentos de forma a estimular a concorrência
nos sectores industriais analisados.
Além disso, a Comissão
pretende avaliar se um exercício de um Grupo de Alto Nível, semelhante
àquele recentemente realizado no sector dos têxteis e do vestuário,
seria viável no sector do calçado. O objectivo deste exercício seria
formular recomendações sobre um conjunto integrado de iniciativas
concretas que poderia ser levado a cabo a nível regional, nacional e da
UE, de forma a facilitar o ajustamento do sector aos grandes desafios e
sugerir acções de forma a melhorar a concorrência.
A Comissão
procura apoiar as políticas nacionais de emprego dos Estados-Membros,
em particular nos sectores mais sensíveis ao impacto da globalização e
das restruturações sociais e económicas. Este apoio inclui os programas
dos Fundos Estruturais que são implementados em parceria entre a
Comissão, as autoridades nacionais e regionais e os parceiros sociais
do Estado-Membro em questão.
Relativamente às medidas em prol
do emprego e do desenvolvimento regional, importa relembrar que o 3º
Quadro Comunitário de Apoio para Portugal inclui o Programa Operacional
(PO) «Economia/PRIME», que prevê disposições especificamente orientadas
para o desenvolvimento da concorrência, tanto a nível nacional como
regional. Para mais informações, pode ser consultado o sítio Web
http://www.prime.min-economia.pt que apresenta uma panorâmica geral das
iniciativas de apoio existentes.
Outras iniciativas tomadas pela
Comissão são pertinentes para a dimensão social de uma mudança
industrial, nomeadamente através do apoio ao diálogo social, a promoção
de uma responsabilidade social das empresas e a anticipação e gestão da
mudança. A Comissão adoptou recentemente uma Comunicação sobre a
“restruturação e emprego”, com o intuito de reforçar a interacção entre
as políticas europeias relevantes neste contexto.
(1)
Comunicação da Comissão “Restruturação e emprego – anticipando e
acompanhado a restruturação de forma a criar empregos: o papel da União
Europeia” Com(2005)120 final.
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