Senhor Presidente, Senhora Comissária Mînzatu,
Baixos salários e desvalorização socioprofissional, precariedade laboral e descontinuidade no emprego e na prestação de trabalho, trabalho por turnos e horários de trabalho desregulados, discriminações e assédio no local de trabalho, violação de direitos de maternidade e paternidade: estes são alguns dos problemas de fundo que estão na origem dos problemas de saúde mental que atingem os trabalhadores.
Discutimos aqui, com frequência, o tema da saúde mental, mas tardam as soluções para dar uma resposta efetiva à degradação da saúde mental dos trabalhadores.
Em Portugal, estima-se que 20 % dos trabalhadores sejam afetados por problemas de saúde psicológica.
É urgente romper com o ataque aos direitos laborais e sociais, que a própria União Europeia fomenta. É urgente uma política de valorização do trabalho e dos trabalhadores, de elevação das suas condições de vida e de trabalho. É urgente o investimento nos meios para a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença mental e no combate ao estigma. É urgente o reforço do Serviço Nacional de Saúde, para que garanta uma cobertura regular da saúde mental, suprimindo as carências da saúde ocupacional e da medicina do trabalho.
Essas são as soluções que este debate impõe.