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Sobre a decisão dos dirigentes do PS deixarem de participar no Conselho de Ministros
Sobre a decisão dos dirigentes do PS deixarem de participar no Conselho de Ministros
Quinta, 22 Maio 1975
Nota da Comissão Política do Comité Central do PCP 1. Hoje, dia 22 de Maio, o PCP foi surpreendido pela decisão dos dirigentes do PS de deixarem de participar no Conselho de Ministros enquanto não forem aceites determinadas condições.

Esta decisão aparece inserida numa vasta e histórica acção do PS contra a Política e as medidas progressistas do Conselho da Revolução e do Governo Provisório, contra o processo democrático, contra as forças revolucionárias, contra o MFA.

De momento, o PS toma como pretexto o conflito dos trabalhadores com a direcção da República. Mas essa acção vem de trás, intensificara-se depois do 11 de Março e das medidas progressistas tomadas pelo Conselho da Revolução, tendo sido tentada uma grande operação divisionista no 1º de Maio.

O PS está actuando não como um partido do Governo, mas como um partido da oposição, polarizando à sua volta forças reaccionárias e conservadoras, incluindo grupos esquerdistas pseudo-revolucionários.

2. Com as suas atitudes e actividades, o PS falta ao compromisso que antes das eleições tomou ao assinar, tal como o PCP e outros partidos, o pacto com o MFA. Põe assim em causa o sistema de poder existente, designadamente o Governo de coligação. A direcção do PS toma uma pesada responsabilidade pelas consequências de uma tal orientação e actividade.

3. As atitudes e actividades do PS, secundado pelo PPD e par grupos provocatórios pseudo-revolucionários, estão servindo e animando as forças da reacção.

O PCP chama a atenção do povo português para a coincidência desta actividade com as provocações contra-revolucionárias do MRPP, as tentativas de deterioração da situação económica e social, os apelos à greve, que não servem nem os trabalhadores nem o processo democrático, o anúncio de manifestações e concentrações com carácter reaccionário.

4. A acção do PS está fomentando no estrangeiro a campanha caluniosa contra a jovem democracia portuguesa e alimentando com falsos pretextos e argumentos tendenciosos a reacção internacional e os círculos mais agressivos do imperialismo.

5. O PCP tem lutado infatigavelmente pela unidade do povo, pela cooperação das forças democráticas, por um Governo de coligação, pela fraternal aliança com o MFA.

Apesar do violento anticomunismo do PS, o PCP tem insistido no exame comum das relações e da possível cooperação entre os dois partidos.

As posições e actividades do PS podem porém conduzir à impossibilidade do Governo de coligação e de todo o actual sistema de poder.

Se o PS destruir com a sua acção o sistema de coligação, tira qualquer razão de ser à própria Assembleia Constituinte, eleita na base do pacto dos partidos com o MFA.

O povo português não permitirá que seja posto em causa o processo revolucionário e as grandes conquistas democráticas alcançadas desde o 25 de Abril, e mais particularmente desde o 11 de Março.

Não permitirá que seja posta em causa a construção de um regime democrático a caminho do socialismo.

O PCP apela para a vigilância do povo português.

O PCP apela para a unidade da classe operária, das massas populares e de todas as forças democráticas e progressistas, para o reforço da aliança do movimento popular com o MFA na defesa da liberdade e da Revolução portuguesa.