Kora Sons
Quarta, 25 Julho 2007

 

korasons

Música afro-fusão com força e alma

 

Com raízes musicais no Brasil, na Guiné-Bissau e na Dinamarca, o conjunto Korasons tem a sua base em Lisboa e lança um novo cd-demo. Ibrahima Galissá tem 31 anos e toca kora. É também o incansável instigador do Korasons, um conjunto multiétnico a ser descoberto, uma vez que vai ao encontro daquilo que se procura neste género musical: a vida, a força, e ritmos dançantes. Korasons é uma criação do músico dinamarquês Madshoff, de 45 anos. Aventurou-se durante mais de dez anos pelos meandros da cultura mandingo, em Africa ocidental. Está actualmente radicado em Lisboa onde se encontra próximo daqueles que vieram de África com a música no corpo.

Madshoff é guitarista formado pela Rytmisk Musik Konservatorium de Copenhaga, na Dinamarca. Foi integrante de inúmeros conjuntos na Dinamarca, entre outros Muzi DanZim Band and Okyerema Pra & Agoro Band. O seu interesse pela música de África ocidental foi despertado durante uma viagem pela Guiné, onde conheceu Fatyiah Kouyaté. Este tomou-o como aluno e iniciou-o à música mandinga. Madshoff não largou mais esse universo musical e encontrou nos meios africanos de Lisboa pessoas que compartilham a sua paixão.

Um deles é Ibrahima Galissá que ainda miúdo ouvia o seu avô, cuja virtuosidade no instrumento considerado como o mais avançado e exigente da música africana, o kora, encantava a toda a gente. É um instrumento de 21 cordas com uma cabaça recoberta de pele de vaca a servir de caixa sonora. Com apenas um instrumentista, o kora produz o som de três guitarras flamenco reunidas! Ibrahima tinha os sentidos apurados e o talento necessário para observar e aprender, de tal maneira que acabou por ele próprio aperfeiçoar o instrumento, acrescentando-lhe duas cordas. A sua enérgica virtuosidade faz de Ibrahima um músico cobiçado entre conjuntos que cultivam a música de Africa ocidental.

O toque brasileiro do Korasons é dado pelo baterista Aluísio Neves, que em Portugal é conhecido como o homem que «mexe as panelas» do conjunto de reggae Kussondulola. Neves foi aluno do conhecido percussionista Robertinho Silva, no Brasil. Neves é acompanhado pelo percussionista Gueladjo Sané que foi, durante 15 anos primeiro solista da companhia nacional de balé de Guiné-Bissau com as suas frequentes turnées pelo mundo. Sané é, no entanto, mais conhecido em Portugal como mestre-percussionista do conjunto Djamboonda. O baixista do Korasons é Sanhá Tambá, conterráneo de Sané, que também já se destacou como cantor e a guitarrista. É também um músico procurado por um grande número de conjuntos, entre outros nos concerto de Mory Kanté, mas também por ocasião de concertos ou gravações de outros músicos africanos em Portugal ou na Guiné-Bissau. Para além da intensidade musical, a expressão mais sensual do Korasons é sem dúvida a cantora Bineta Sock, que, quando actua consegue unir corpo e alma numa sublime expressão. Bineta é exceptional num palco, como o pode mostrar nos concertos de Youssor N'dour, quando ainda vivia em Senegal e actuava como dançarina. Antes de a Bineta Sock tornar-se membro integrante do conjunto Korasons, cantou em coro e dançou durante actuações do músico angolano Bonga.