Partido Comunista Português
Pergunta escrita de Ilda Figueiredo no PE
Reparação Naval
Segunda, 08 Março 2010
Numa visita recente às actuais instalações da Lisnave, em Setúbal, onde se faz reparação naval de grande qualidade, de navios de todo o mundo, trabalham mais de 2000 trabalhadores e há formação profissional. Mas uma parte significativa destes trabalhadores estão ligados a empresas de trabalho temporário ou em subcontratação, já que apenas cerca de 900 do total de trabalhadores pertence a empresas do grupo da Lisnave, cuja administração, até agora, não cumpriu os protocolos que envolviam os trabalhadores da ex-Setenave e da Erecta.

Sabe-se que a reparação naval sofre as consequências da liberalização que a União Europeia aceitou sem ter em conta as dificuldades que ia criar, designadamente em Portugal, o que agora também recai sobre os trabalhadores vítimas da desregulamentação laboral com a justificação da competitividade.

Mas, na verdade, não se pode aceitar que se mantenha uma concorrência desleal, baseada no dumping social. De igual modo, impõe-se que haja uma maior fiscalização dos navios em circulação, incluindo na autorização de acesso a portos da União Europeia, para garantir a segurança nos mares, impedindo novas tragédias, e, simultaneamente, assegurar o trabalho nos estaleiros, designadamente em Portugal, onde há grande tradição e excelente formação profissional nesta área.

Assim, solicito à Comissão Europeia que me informe do seguinte:

  1. Que medidas estão a ser consideradas para defender a construção e a reparação naval que ainda existe em estaleiros da União Europeia, incluindo em Portugal?
  2. Que medidas de reforço do apoio à formação profissional podem ser consideradas para a Lisnave, tendo em conta a qualidade da formação e o desemprego existente nesta zona, designadamente de jovens?
  3. Que medidas estão a ser consideradas para apoiar o emprego com direitos dos mais de 2000 trabalhadores que trabalham nas instalações da Lisnave?