Máximas e Reflexões

Expansão marítima e colonialismo

"A primeira causa da falta de gente que se padece neste Reino são as nossas conquistas; porque estas, ainda que foram de grande utilidade, assim para a propagação do Evangelho como para o comércio do Mundo, todavia defraudaram muito este Reino da gente que lhe era necessária.
Manuel Severim de Faria, Dos remédios para a falta de gente (1655).expansão
marítima
e colonialismoE porque algumas vezes, raras e poucas, logravam os índios matar alguns cristãos com justa razão e santa justiça, entre si fizeram lei os espanhóis que por cada cristão que os índios matassem haviam os cristãos de matar cem índios.
"
Bartolomé de Las Casas, Brevíssima
relação da destruição das Índias (1542).

"A primeira causa da falta de gente que se padece neste Reino são as nossas conquistas; porque estas, ainda que foram de grande utilidade, assim para a propagação do Evangelho como para o comércio do Mundo, todavia defraudaram muito este Reino da gente que lhe era necessária."
Manuel Severim de Faria,
Dos remédios para a falta de gente (1655).

"A descoberta de terras de ouro e prata na América, o extermínio, escravização e enterramento da população nativa nas minas, o início da conquista e pilhagem das Índias Orientais, a transformação da África numa coutada para a caça comercial de peles-negras, assinalam a aurora da era da produção capitalista. (...) Os diversos momentos da acumulação original repartem-se agora, mais ou menos em sequência temporal, por Espanha, Portugal, Holanda, França e Inglaterra."
Karl Marx,
O Capital, (1867).

 

"É a vitória burguesa e o seu espírito empreendedor e ascendente que dá a este empreendimento tenacidade e método e também prudência e segurança. À burguesia se deve toda essa luta gigantesca, persistente e metódica que culminou com a descoberta do caminho marítimo para a Índia."
Álvaro Cunhal,
As lutas de classes em Portugal nos fins da Idade Média (1980, 2ª ed.).

"(...) a falsa consciência do Ocidente tem hoje o seu centro nos Estados Unidos, que desde a sua fundação como Estado independente têm propagado o mito da translação do império para o outro lado do Atlântico, o mais autêntico e mais puro Ocidente.
Domenico Losurdo,
"Consciência de si, falsa consciência e autocrítica do Ocidente","in Manfrede Buhr (ed.), O património espiritual da Europa (1994).

"Pergunta - As celebrações oficiais falam do Quinto Centenário da Descoberta da América. Encontro de dois Mundos: é esta uma maneira correcta de referir-se à efeméride?
Resposta - Sem dúvida, houve um encontro de dois mundos. Mas a frase «descoberta da América» é obviamente errónea. O que descobriram foi uma América descoberta milhares de anos antes pelos seus habitantes. Tratava-se, por conseguinte, de uma invasão da América. Da invasão de uma cultura muito diferente".
Heinz Dieterich,
INoam Chomsky fala da América latina (2000).

 

«O Militante» - N.º 252 - Maio/Junho 2001