Nota do Director
Joaquim Miranda



Com o presente número da nossa revista retomamos a publicação deste instrumento fundamental para a divulgação da actividade, das posições e das propostas dos deputados do PCP no Parlamento Europeu sobre as questões mais candentes que vão ocorrendo na União Europeia.

Passadas as eleições e retomado o ritmo normal de actividade após a respectiva instalação, com a sua nova composição, impõe-se agora o relançamento desta forma de contacto regular e de prestação de contas ao país.

E é importante que assim aconteça uma vez que é já significativa a actividade entretanto desenvolvida pelos dois deputados do PCP - como é timbre destes - e também porque são diversos e suficientemente relevantes - quando não graves - os assuntos em debate nesta e noutras instâncias comunitárias.

As negociações para o alargamento dão os primeiros passos decisivos, mesmo se são desconhecidas (ou se escondem) as respectivas consequências; uma nova Conferência Intergovernamental arrancou, entretanto, com vista a mais uma alteração dos Tratados, desta vez particularmente centrada no domínio institucional, mas que poderá alargar-se a outros campos, nomeadamente os respeitantes aos segundo e terceiro pilares e seguramente, no tocante ao primeiro destes, no sentido duma inaceitável e perigosa militarização da UE; e terminaram as negociações com vista a definir o futuro das relações entre a União Europeia e os países ACP (África, Caraíbas e Pacífico) e um novo acordo substituirá a Convenção de Lomé.

Entretanto, durante o primeiro semestre deste ano, decorreu a Presidência Portuguesa da União Europeia, com a suas cimeiras de Lisboa e da Feira e também a do Cairo, de tão difícil concretização, no contexto das relações Europa-África.

É de tudo isso que trataremos neste número da nossa revista.

Sem esquecer tantos e tantos outros assuntos que determinam a nossa intervenção: os problemas sociais e as iniciativas adoptadas neste domínio; as questões orçamentais e as crescentes tentações restritivas; os Acordos com Marrocos e com a África do Sul; a situação na indústria naval; a evolução dos rendimentos dos agricultores; a catástrofe ocorrida em Moçambique ou a situação em Timor Leste.


Portugal e a CE - Nš 35 - Janeiro/Junho de 2000