Intervenção sobre a Organização
Regional da Madeira Vivemos um tempo em que multidões de mulheres e de homens são deixados à margem do desenvolvimento, como espectadores ou explorados num festim para o qual poucos foram efectivamente convidados. Existe uma massa de excluídos que o chamado desenvolvimento cria e multiplica. Estranho desenvolvimento, que desune e desagrega. A profundidade das desigualdades sociais, tendem, hoje, a ser ainda mais agravadas. Em consequência de desastrosas orientações políticas temos a ampliação do fosso que separa os pobres dos ricos. Com a actual regressão social, é cada vez maior em Portugal o número dos relegados para as periferias sociais, os despossuídos. É intolerável que depois de todos os fundos comunitários o tamanho das desigualdades sociais e territoriais se tenha agravado. É inaceitável que depois da propalada “torneira europeia” de um milhão de contos/dia, para Portugal, tenhamos cerca de meio milhão de desempregados, 23% da população na pobreza, cerca de 200 mil portugueses passando fome. Trata-se do reverso mais visível, e macabro, de um modelo de concentração de riqueza que faz multiplicar a pobreza. Esta realidade resulta da ofensiva em curso no nosso País, no quadro da ofensiva global do Capitalismo, face à qual o nosso Partido é indispensável. Não estamos condenados à submissão a tão injusto sistema. Embora se apresente como irresistível, não é fatal. Para defrontar o sistema de injustiça que se apresenta como inevitável existem homens e mulheres comprometidos numa difícil luta pela transformação da sociedade, que aponta como objectivos a Democracia, a abolição da exploração do homem pelo homem. Neste contexto, os valores profundamente humanistas que identificam o PCP, a sua acção firme, corajosa e confiante é essencial para que a esperança persista, para que a luta corajosamente prossiga por um mundo outro, pelo Socialismo. Pelas potencialidades que encerra a luta das populações
e dos trabalhadores, o Partido deu especial destaque à dinamização
de justas reivindicações, impulsionou e organizou as populações
na defesa dos seus direitos. No apoio directo e nas diversas etapas reivindicativas
estiveram sempre os dirigentes do Partido, os eleitos no Parlamento Regional
ou no Poder Local, procurando assim contribuir para a consequente defesa
dos interesses das massas populares e para dar expressão organizativa
e pública à vontade colectiva, a partir dos lugares sociais
mais desfavorecidos. Viva o 17º Congresso!
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