Intervenção de João Oliveira, Membro da Comissão Política do Comité Central, Sessão Pública

Sobra em propaganda o que falta em política ambiental que Portugal precisa

Sobra em propaganda o que falta em política ambiental que Portugal precisa

Amigos e camaradas,

Uma forte saudação a todos os presentes, aos trabalhadores e ao povo da Marinha Grande e do distrito de Leiria, que esta semana celebraram essa data memorável do 18 de Janeiro de 1934.

Aqui estamos, a poucos dias das eleições para a Assembleia da República.

Eleições que foram impostas pelos que hoje se colocam no lugar de vítimas!

Mas nós cá estamos! Cá estamos, com determinação para defender o que se conseguiu com a nossa iniciativa e proposta nestes últimos anos e cá estamos para continuar a ser a força decisiva, para assegurar novos avanços e soluções para os problemas do Povo e do País!

Nestes últimos anos, pela experiência, são muitos mais os que reconhecem e sabem quão importante é ter deputados da CDU e quão importante é ter esta força reforçada!

Esta força que tem nos deputados do PCP e do PEV na Assembleia da República uma qualificada acção e intervenção, estreitamente ligada e identificada com as aspirações populares a uma vida melhor e que agora queremos reforçar com a eleição de Heloísa Apolónia, a primeira candidata da lista da CDU, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” que queremos ver eleita no próximo dia 30 de Janeiro.

Heloísa Apolónia é uma candidata com provas dadas como deputada à Assembleia da República, incansável na defesa do meio ambiente e dos recursos naturais, dos direitos das populações e que muita falta faz, na Assembleia da República, para reforçar os combates que as forças da CDU travam em defesa de um ambiente saudável.

Uma luta que é necessário ampliar, porque os problemas ambientais são reais e graves. E é necessário porque sobra em propaganda o que falta numa política que considere o ambiente de forma integrada em todas as políticas sectoriais relevantes e nos objectivos de desenvolvimento do País.

Privatizaram-se sectores fundamentais à vida das populações e da economia como a água, a energia ou os resíduos. Os meios e possibilidades de actuação dos serviços públicos destinados ao tratamento das questões ambientais estão cada vez mais depauperados. Veja-se o que se passa no sector florestal deste distrito e aqui na Mata Nacional, e ao que chegou a fragilização dos serviços públicos que a deviam defender e preservar. Foram esvaziados de gente, de meios e de competências.

Temos afirmado que Portugal precisa de uma viragem na política ambiental.

Precisamos de assegurar o correcto ordenamento do território, abarcando várias dimensões, com enfoque na floresta, visando a prevenção de incêndios; o combate e adaptação às alterações climáticas; a defesa e conservação da biodiversidade; a salvaguarda dos recursos hídricos e a sua propriedade e gestão públicas; a redução, reutilização e reciclagem de resíduos. Precisamos de defender a produção local.

Tal como precisamos de promover o transporte público em detrimento de soluções que apontam para manter o paradigma do transporte individual. Um grande contributo para esse objectivo podia ser dado com a modernização de toda a Linha do Oeste, como a CDU tem defendido e proposto, mas que os sucessivos governos atiram para longe a solução que precisamos.

Camaradas e amigos,

É hoje muito claro- e a campanha eleitoral confirma- que PS e PSD têm entre si um acordo tácito, um acordo que não está declarado, mas que é real. Um acordo calado e que se traduz numa linha vermelha que ambos garantem não ultrapassar. Essa linha vermelha, para lá da qual não dão um passo, é a que delimita os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros, do grande capital nacional e estrangeiro, que decidiram não por em causa em nenhum domínio.

Por isso, resistem a qualquer alteração às normas gravosas das leis laborais. PS e PSD têm esse acordo implícito e demonstraram-no quando se uniram para derrotar as nossas iniciativas para por fim à caducidade da contratação colectiva, à garantia do direito ao tratamento mais favorável ao trabalhador, ao conjunto das leis que apresentámos para por fim à precariedade ou à desregulação dos horários.

Só há uma forma de lhes trocar as voltas e fazer justiça a quem trabalha: é reforçar a votação na CDU, nesta força decisiva que assume a valorização do trabalho e dos trabalhadores como um eixo central da sua proposta. Proposta que tem no aumento significativo do salário médio, do salário mínimo e dos salários em geral, a resposta para esta emergência nacional.
Sim, precisamos de valorizar quem trabalha, mas também quem trabalhou uma vida inteira e, nesta terra muitos começaram a trabalhar ainda meninos.

É justo e necessário valorizar as reformas e as pensões!

Em Portugal, uma parte significativa do nosso Povo tem baixas pensões e reformas. Além disso, são muitos os pensionistas que perderam poder de compra nos últimos anos, porque o governo PS se opôs ao descongelamento das suas pensões e aos aumentos extraordinários defendidos pelas forças da CDU.

Os reformados e pensionistas sabem que foi o PCP e a CDU quem garantiu que as reformas mais baixas tivessem hoje, com aumentos extraordinários sucessivos, mais 30 ou 50 euros mensais, que podiam ser já 60 este mês, não tivessem o governo e o PS optado por congelá-lo, para usar o tema como bandeira eleitoral, em vez de promoverem esse aumento como podiam efectivamente fazer.

Sim, é necessário reforçar a CDU para garantir também as verdadeiras soluções para salvar o Serviço Nacional de Saúde!
Há aí muita propaganda no ar, mas a propaganda não chega para disfarçar uma situação que todos sentem. Também aqui na Marinha Grande e no distrito, a epidemia agravou e deixou mais evidente a falta de médico de família, a falta de atendimento nos centros de saúde, o abandono do acompanhamento das doenças crónicas, as crescentes dificuldades no acesso a consultas de especialidade e tratamentos hospitalares.

Sim, salvar o SNS é uma urgência nacional e não se compreende que o PS tenha recusado as soluções que as forças da CDU apontaram e cuja necessidade a vida vem demonstrar que são necessárias.

Mas esse acordo tácito entre PS e PSD, esse acordo velado, assenta numa outra aspiração de uns e de outros - o de relançarem um novo ciclo de governos do rotativismo da alternância sem alternativa para o povo e o País. Por isso temos visto o PSD tão disponível para viabilizar um governo do PS e os seus Orçamentos.

Foi para isso que o PS quis eleições. Foi para ter as mãos livres, para dar uma nova vida às mutuas conivências e convergências, para favorecer os interesses do capital monopolista aos quais estão intrinsecamente ligados, como bem ilustra essa aviltante porta giratória da promiscuidade, mas também da corrupção com um longo historial.

Essa indecorosa porta giratória por onde circularam e transitam, às centenas, ministros e secretários de estado dos governos de PS, PSD e CDS. Governo atrás de governo, vindos dos grupos económicos e do sector financeiro, para regressarem, depois da missão cumprida, aos seus órgãos de administração e direcção.

O PS bem agiganta o perigo da direita para colher votos, mas é com o PSD que se quer entender com aquela solução de governação lei a lei, à Guterres. O PS quer fugir à convergência com a CDU na resposta aos problemas nacionais.
É por tudo isto que dizemos também que o País não precisa de maiorias absolutas, facilitadoras dos negócios e dos lucros dos grandes grupos económicos.

À medida que nos aproximamos das eleições, fica mais claro que o voto na CDU é o voto na força que pela história, pelo presente e pela sua determinação e coragem, dá a garantia aos democratas, aos trabalhadores e ao povo, de combate à direita e à extrema direita.

Sim, o voto na CDU é o voto para a derrota das forças reaccionárias e que afirma os valores de Abril, é o voto que trava PSD, CDS, os seus sucedâneos e as suas ambições de regresso ao poder e aponta um caminho de progresso, desenvolvimento e justiça social. O voto na CDU é o voto que estraga as contas dos entendimentos entre PS e PSD, que contribui para impedir maiorias absolutas e afirma a exigência da convergência na resposta global aos problemas nacionais.

À medida que nos aproximamos das eleições, fica mais claro que o voto na CDU é o voto que decide naquilo que interessa à vida do povo e do país, é o voto que vai decidir do aumento geral dos salários, da reposição do poder de compra e valorização das pensões de reforma, do Serviço Nacional de Saúde e dos serviços públicos, dos direitos das crianças e dos pais, da garantia de acesso à habitação, dos direitos das mulheres, das soluções para o País.

Amigos e camaradas:

Estamos a construir dia a dia o resultado da CDU. O reforço da CDU é necessário, é possível e vamos alcançá-lo. Os trabalhadores e o povo precisam de mais deputados do PCP e do PEV para impedir retrocessos, para superar a estagnação e resolver os problemas, para avançar nos direitos, nas condições de vida, no desenvolvimento. A CDU é a força de combate, de intervenção, de construção, a força das soluções.

Viva a CDU!

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