Declaração de Paulo Raimundo, membro da Comissão Política do CC do PCP, Conferência de Imprensa

Afirmação dos direitos das novas gerações - condição para um país desenvolvido e com futuro

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No momento em que se intensificam das mais diversas formas e por diversos protagonistas os apelos à resignação e à interiorização da crise e dos sacrifícios com o objectivo de levar cada vez mais longe uma politica de destruição do país, de agravamento da exploração, de saque dos recursos nacionais e de roubo aos trabalhadores e às populações, o PCP reforça o seu apelo a todos quantos são alvo desta ofensiva e se sentem injustiçados, que se mobilizem, façam frente às injustiças e travem o pacto de agressão subscrito por PS, PSD, CDS, FMI, BCE e UE com o patrocínio do Presidente da República.

O PCP apela aos trabalhadores e às populações que intensifiquem a sua corajosa luta em defesa dos seus direitos e anseios, uma luta que tem assumido expressões de grande determinação e que redobra a confiança de que existem, nos trabalhadores e nas populações, as forças necessárias para rejeitar o pacto de agressão e para levantar o país.

Um apelo dirigido a todos, mas em especial às novas gerações de trabalhadores e à juventude em geral, que são duplamente visados pela brutal ofensiva política, económica e social em curso.

São as novas gerações as principais vítimas da chaga social que é a precariedade laboral, situação que afecta já cerca de 1 milhão e 200 mil trabalhadores (1/3 dos trabalhadores por conta de outrem), que se defrontam de forma particular com o drama do desemprego com mais de 400 mil jovens (das mais altas taxas da UE) nessa situação e onde uma larga maioria não dispõe de qualquer protecção social.

Novas gerações que, constituindo o futuro do país e condição para o seu desenvolvimento, vêem negado o seu próprio futuro, impedidas de autonomizar as suas vidas e a quem negam direito à habitação, ao emprego, à educação, à cultura e à felicidade.

Fruto de uma política injusta concretizada ao longo de mais de 35 anos, aquilo que o pacto de agressão tem para oferecer às novas gerações é mais desemprego e mais exploração, aspectos bem visíveis com a assinatura do dito acordo de concertação social, assinado pelo governo, patronato e UGT.

A “solução” apresentada para enfrentar a chaga social da precariedade é mais precariedade.

O caminho para resolver o desemprego junto das camadas mais jovens é o convite ao abandono do país e a facilitação e embaratecimento dos despedimentos. A forma de enfrentar as injustiças sociais é a de cortes no subsídio de desemprego, no abono de família, na saúde, na educação, cortes nos salários, a subida generalizada do custo de vida, dos preços com transportes, alimentação, cultura e outros bens essenciais.

Esta política injusta que decorre de opções concretas, revela toda a sua incapacidade em resolver os problemas estruturais do país e das novas gerações além de revelar a sua profunda injustiça. Opções politicas desastrosas que no presente impõem condições de vida às novas gerações piores do que aquelas que as antecederam e, no futuro, expropria o país do seu mais importante recurso condenando-o à dependência e ao empobrecimento.

O prosseguimento deste caminho resultará não apenas na destruição do futuro do país, mas no empobrecimento muito rápido do presente de cada jovem e no comprometimento de uma vida digna a que têm direito.

É neste quadro de profunda injustiça que o PCP apela às novas gerações que prossigam e intensifiquem a sua luta, colocando nessa mesma luta toda a sua confiança, capacidade, irreverência, determinação e criatividade.

As novas gerações de trabalhadores sendo em geral mais qualificadas e com mais conhecimentos do que as anteriores, estão em condições de dar um contributo decisivo na construção de um Portugal com Futuro, colocando todas essas capacidades ao serviço do desenvolvimento do País.

Para isso, e entre outras medidas, é fundamental:

- a erradicação do emprego precário e a promoção do emprego com direitos;
- a urgente valorização dos salários em particular do Salário Mínimo Nacional;
- um forte investimento público na investigação e desenvolvimento científico;
- apoio à emancipação da juventude ao nível da habitação e apoios à maternidade e paternidade.

Rejeitar e derrotar o pacto de agressão é uma condição fundamental para criar as condições para impor a mudança necessária e uma nova política ao serviço dos trabalhadores, das populações e das novas gerações.

Rejeição do pacto que se tem travado nas empresas e locais de trabalho, nas ruas, pequenas e grandes lutas, onde as novas gerações tem assumido papel de destaque.

É neste sentido que o PCP apela às novas gerações que transformem no próximo dia 11, o Terreiro do Paço, também na grande praça da luta da juventude.

Neste tempo que falta até ao próximo sábado, para a grande manifestação convocada pela CGTP-IN, o PCP reafirma o seu empenho no sucesso desta jornada e apela a que no Terreiro do Paço marquem presença a rejeição e inconformismo perante os problemas de cada um, a clara condenação da injusta política em curso e a determinada e combativa exigência de mudança, inseparável da derrota da política e da rejeição do pacto de agressão.

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