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Juventude - Hugo Garrido,Comissão Política e Secretariado da JCP
Domingo, 25 Novembro 2007

 

Hugo Garrido


Camaradas e amigos
Saudamos a participação da JCP na preparação desta conferência. Destacamos quatro iniciativas onde participaram cerca de 200 camaradas que abordaram sobretudo aspectos do desenvolvimento económico e social para a melhoria das condições de vida da juventude.
A juventude é das forças sociais mais afectadas pelas políticas de direita que nos tem governado nos últimos 31 anos.


A educação pode ser, segundo a Organização Mundial do Comércio, um negócio potencialmente duas vezes mais rentável que a indústria automóvel. O governo PS apressa-se por isso a entregar aos privados o que deveria ser um factor de emancipação, libertação e melhoria das condições de vida dos jovens e do povo português mas também um elemento fundamental no desenvolvimento económico e social do país.


No ensino secundário, agrava-se a ofensiva contra a escola pública, gratuita e de qualidade. Entrega-se o parque escolar a uma empresa, por agora pública, para gerir as escolas de uma forma empresarial. Aumentam os custos de ensino. Empurram-se estudantes para fora da escola através do Estatuto do Aluno dos ensinos básico e secundário. Com o tão propagandeado Plano de Modernização do Parque Escolar, investem-se milhões em meia dúzia de escolas para a elite, deixando outras centenas ao abandono e degradação para os filhos dos trabalhadores.


O ensino profissional, que deveria ser encarado como um sector estratégico para formação de trabalhadores especializados, é utilizado pelo Governo como propaganda política e falseamento de estatísticas de abandono escolar e para constituir um exército de mão-de-obra jovem, barata e descartável.


No ensino superior, num país onde a média de trabalhadores com curso superior é cerca de metade da média da União Europeia, está a ser dado mais um passo na privatização e o afastamento das classes trabalhadoras deste grau de ensino. Pretende-se que à elite económica corresponda a elite do conhecimento. As propinas e os seus aumentos, que hoje atingem valores de 15 000 € no 2º ciclo, a introdução do Processo de Bolonha, o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, que pretende levar à participação de empresas nos órgãos de gestão das escolas e prevê que as instituições do ensino superior possam transformar-se em Fundações de direito privado. Em tudo isto, o governo tira a máscara da igualdade de oportunidades, desresponsabiliza-se ainda mais e deixa que o ensino superior possa ser gerido pela lógica do mercado e do lucro.


No trabalho, acentuam-se os baixos salários, o desemprego e a precariedade principalmente entre os jovens. Pretende-se que a nossa geração seja a geração sem direitos, direitos conquistados a pulso pela luta dos trabalhadores. Impera o discurso da modernidade, mobilidade e competitividade, tudo para justificar horários de trabalho de 10 e 12 horas e contratos diários e semanais. Já são quase 80 000 desempregados com menos de 34 anos e cerca de 46% dos jovens têm um vínculo precário.
Os sucessivos governos não trabalham à peça. Para onde quer que olhemos, vemos o olho guloso do grande capital.


É assim na habitação, com a retirada do Incentivo ao Arrendamento por Jovens e a sua substituição pelo Porta 65-jovem, que é mais um compromisso entre governo e banca para fomentar a compra de casa a crédito com juros altíssimos;
É assim no apoio ao associativismo juvenil, onde Governo reduz orçamentos e decide a quem os dá consoante simpatias.
Há uma fortíssima campanha ideológica.


Tentam impor-nos que o capitalismo é o único e o melhor caminho.
Que precariedade é modernidade. Que propinas de 10 000€ e ensino superior entregue aos privados é a adaptação aos novos tempos. Que o desemprego e a precariedade é uma inevitabilidade.
Para aqueles que não estão convencidos dessa “modernidade” e teimam em protestar contra esta política, existem outros meios utilizados por este governo, reprimir as manifestações do ensino secundário; atropelos à democracia nas escolas, boicotando eleições para Associações de Estudantes e Reuniões Gerais de Alunos; limitações à liberdade sindical; limitação da liberdade de propaganda política; e mesmo cargas policiais sobre os trabalhadores.


A JCP luta pela alternativa a este caminho. Desenvolvimento para a juventude é:
- educação pública, gratuita e de qualidade, para todos, em todos os graus de ensino.
- emprego para todos, e emprego com direitos.
- mecanismos de apoio ao arrendamento por jovens, o incentivo à auto-construção e a construção de habitações sociais a custos controlados, por parte do Estado.
- acesso massificado ao desporto, à fruição e produção cultural.
- manutenção e reforço do Serviço Nacional de Saúde.
- respeito pelos direitos democráticos.
Saudamos os milhares de jovens estudantes e trabalhadores que lutam, resistem e defendem os seus direitos.
Mais jovens comunistas organizados nas escolas, em locais de trabalho e associações juvenis, significa necessariamente mais combatividade, mais consciência, mais luta. Queremos desenvolvimento, é possível, com a luta, transformar esta sociedade que explora e oprime.

Viva a nossa Conferência Nacional!
Viva a Juventude Comunista!
Viva o PCP!