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Em nota divulgada, a Comissão Política, declarou
que « recente despacho assinado pelo Secretário
de Estado da Educação, Valter Lemos, que permite
aos alunos do 12º ano que desejarem, “repetirem”
os exames de Física e Química relativos aos
novos programas, com o argumento de que os programas destas
duas disciplinas foram recentemente introduzidos (ano de
2004), não só altera as regras em vigor no
regulamento de exames do 12º ano, como a solução
avançada acaba por descriminar milhares de alunos
que tiveram notas muito baixas noutras disciplinas, também
elas com programas recentes.»
1. O recente despacho assinado pelo Secretário de Estado
da Educação, Valter Lemos, que permite aos alunos do 12º
ano que desejarem, “repetirem” os exames de Física e Química
relativos aos novos programas, com o argumento de que os programas destas duas
disciplinas foram recentemente introduzidos (ano de 2004), não só
altera as regras em vigor no regulamento de exames do 12º ano, como a solução
avançada acaba por descriminar milhares de alunos que tiveram notas muito
baixas noutras disciplinas, também elas com programas recentes.
2. Esta situação apenas confirma a incompetência
que grassa no Ministério da Educação, ao contrário
do que a propaganda governativa procura fazer passar. Se o conteúdo da
prova de exame não estava correcto, então o Ministério
devia ter admitido o erro – o que não é fácil com
esta equipa ministerial – e anulava a prova. Argumentar agora com o facto
de se tratar de um programa novo, tendo havido uma “apropriação
insuficiente deste novo programa por parte de professores, alunos e manuais”,
ou que as notas são muito baixas, não são critérios
aceitáveis.
3. Estamos perante mais uma medida populista deste governo,
que procura fazer passar para outros as suas responsabilidades, nomeadamente
na elaboração dos programas e dos manuais escolares, na elaboração
dos conteúdos das provas de exame, mas sobretudo as responsabilidades
que tem no clima de instabilidade que criou dentro das escolas desde que tomou
posse e que certamente não contribuiu para que o processo ensino/aprendizagem
tivesse sido mais eficaz.
4. Qualquer solução que hoje seja avançada
para remediar o problema não passa disso mesmo, um remedeio, porque não
só não resolve o problema de fundo, como será fonte de
discriminação negativa de milhares de alunos.
Ou a prova tem erros e insuficiências e deve ser anulada, ou então
qualquer outra medida que tenha por base o argumento de ser um programa novo,
deve contemplar todas as situações semelhantes nas várias
disciplinas não esquecendo o facto de não se poder prolongar pelo
período de férias o stress a que alunos e professores estão
sujeitos.
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