1. Suharto, o ditador que chegou ao poder em 1965 na sequ?ncia de um golpe militar que assassinou largas centenas de milhares de comunistas e outros democratas e patriotas indon?sios, foi obrigado a deixar o poder na sequ?ncia de grandiosas lutas populares e estudantis que abalaram a ditadura. Para este fim contribuiu sem d?vida a her?ica luta do povo maubere em Timor Leste. 2. A estrutura do poder da ditadura foi abalada mas mant?m-se. A sa?da de Suharto e a chamada para o cargo de Presidente do vice-presidente Habib significa, por um lado, a incapacidade do regime em se manter sem altera??es e, por outro, uma nova tentativa de prolongar a ditadura com novas roupagens. Trata-se ainda de uma derrota da pol?tica neoliberal que ? escala planet?ria visa impor aos trabalhadores e aos povos um insuport?vel fardo com o qual engorda algumas centenas de transnacionais que governam o mundo atrav?s do FMI e BM. O PCP reclama o fim da repress?o sobre o povo indon?sio, e a liberta??o de todos os presos pol?ticos - incluindo em Timor Leste, Xanana Gusm?o e todos os resistentes timorenses - o reconhecimento das liberdades democr?ticas e a consequente instaura??o de um regime democr?tico onde o povo indon?sio decida livremente o seu futuro. 4. Neste momento hist?rico, de derrota do ditador Suharto, que causou a dor e a mis?ria do povo indon?sio e o sofrimento do povo timorense, n?o pode esquecer-se que a ditadura se manteve durante 33 anos, gra?as ao apoio a todos os n?veis dos EUA e outras grandes pot?ncias capitalistas. Denunciando tal apoio o PCP considera que a escandalosa coopera??o militar e as vergonhosas negociatas com armamentos devem imediatamente cessar. O PCP apela ao povo portugu?s para intensificar a sua solidariedade para com a luta do povo indon?sio pela conquistas da democracia, e para com o povo timorense na luta pela sua liberta??o. 6. O PCP considera que, nas novas circunst?ncias criadas na Indon?sia, se torna ainda mais premente que os ?rg?os de soberania de Portugal se empenhem num impulso diplom?tico e pol?tico no sentido de dar maior visibilidade e alcan?ar maior apoio para a justa causa do povo maubere. Em articula??o com a Resist?ncia Timorense o Governo Portugu?s deve adoptar novas e urgentes iniciativas, nomeadamente junto da ONU e do seu Conselho de Seguran?a (de que Portugal ? actualmente membro) e da Uni?o Europeia, com vista a assegurar o exerc?cio efectivo pelo povo timorense do seu direito ? autodetermina??o e independ?ncia.Como sempre o PCP est? dispon?vel para considerar iniciativas que visem este objectivo consagrado constitucionalmente.