Partido Comunista Portugu�s
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PCP defende controlo público da CIMPOR
Sábado, 19 Dezembro 2009
cimentosEm nota de imprensa sobre a OPA lançada à CIMPOR, o PCP defende que o sector dos cimentos é um dos sectores estratégicos para o desenvolvimento da economia nacional e considera que o Governo português deve intervir imediatamente, travando mais este atentado aos interesses nacionais.

 

 

 

Nota de Imprensa do PCP

1.Foi ontem tornado público o anúncio do lançamento de uma OPA pela Multinacional CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) dominada por capitais brasileiros, sobre a CIMPOR, principal empresa portuguesa na produção de cimentos, com uma quota de mercado de 54,9% do mercado nacional, e posições significativas noutros países, onde possui igualmente unidades produtivas.
Trata-se de uma empresa, produtora de um bem essencial, cujo centro de decisão e comando estratégico devem permanecer no País. A empresa tem hoje unidades em Souselas, Alhandra, Loulé e Figueira da Foz (Cabo Mondego) e tem como principais accionistas os grupos da Construção Civil Teixeira Duarte (22,9%) e Soares da Costa (10,7%), os grupos Lafarge (francês com 17,3%) e Bipadosa (espanhol com 6,7%), e ainda a CGD (9,6%) e BCP (10%).

2.O anúncio agora feito, que se segue a um longo filme de guerras accionistas dos principais grupos nacionais e estrangeiros pelo domínio da empresa, evidenciam mais uma vez, como sempre denunciou o PCP, os riscos da privatização de empresas estratégicas. Os capitais privados nacionais na sua inexorável lógica de privilegiarem os seus estritos interesses, na primeira ocasião cedem as suas posições ao capital e grupos estrangeiros.
Registe que a empresa pública CIMPOR começou a ser privatizada em 1994 durante o último Governo PSD/Cavaco Silva, processo concluído pelos Governos PS/António Guterres em 2001.

3.O Grupo CSN, cheia de “boas intenções” anuncia que manterá o centro de decisão da cimenteira em Portugal e continuará a cotá-la em Lisboa. Mas de boas intenções, está como todos sabem o inferno cheio, sendo que a prática da CSN em Portugal é disso um exemplo.
A CSN, enquanto proprietária da Lusocider (sector de produção que fez parte da ex-Siderurgia Nacional), avançou com a liquidação da produção de aços planos, e a transformação da unidade em grande armazém / entreposto comercial para a Europa dos produtos siderúrgicos produzidos noutras empresas da multinacional brasileira. Seguiu-se em 2007 o desmantelamento da linha de produção de folha-de-flandres, agravando a dependência do mercado espanhol e em Abril de 2008, o fecho da linha do laminado a frio, ficando a produção limitada à chapa galvanizada. Tudo isto acompanhado, não apenas pelo despedimento de mais de uma centena de trabalhadores e violações constantes dos seus direitos, mas também por apoios directos e indirectos dados por diferentes governos. Aliás, as instalações da empresa estão hoje em boas condições para servir de armazém para a produção estrangeira, instalada que está a ligação ferroviária entre as instalações siderúrgicas e o nó de Coina, com o investimento de 15 milhões de euros de dinheiros públicos.

4.O sector dos cimentos é um dos sectores estratégicos para o desenvolvimento da economia nacional. A única forma de garantir a produção de cimento no nosso país e a existência de um sector que dê resposta às necessidades e interesses nacionais, é o seu controlo pelo Estado.

O silêncio demonstrado até o momento por parte do Governo PS é revelador dos seus compromissos com os grandes interesses económicos que lesam o país.

Face ao processo que está em curso, o PCP considera que o Governo português deve intervir imediatamente, travando mais este atentado aos interesses nacionais. A posição da CGD na CIMPOR deve ser o veículo para que o Governo venha a assegurar uma posição maioritária no capital de empresa, garantindo o seu comando estratégico ao serviço do País.

19.12.2009
O Gabinete de Imprensa do PCP