A Europa de Maastricht foi à falência
Speech - Andreas Christou - Membro do Bureau Político
e do Secretariado do CC do Partido AKEL (Chipre)
Permitam-me, em nome do Partido Progressista do Povo Trabalhador
de Chipre - AKEL, dirigir uma calorosa e militante saudação a este Comício organizado
pelo Partido Comunista Português, por uma Europa de Progresso Social, Paz e
Cooperação.
Em primeiro lugar, queridos camaradas, tendo em conta o 40º
Aniversário do estabelecimento da União Europeia, devemos
responder a uma questão fundamental: A União Europeia do
Tratado de Maastricht, da União Económica e Monetária e do
Livro Branco, é a Europa encarada no passado e encarada ainda
hoje pela Esquerda, pelos partidos do progresso social e do
socialismo?
Certamente que não. Hoje, quando o primeiro período de cinco
anos desde a assinatura do Tratado de Maastricht está passado,
tornámo-nos testemunhas de uma Europa de déficits sociais, de
desemprego e pobreza.
Desde há anos que o desemprego continua a ser como um dos
mais sérios problemas da Europa. O número de desempregados já
ultrapassou a marca dos 18 milhões, ou seja, a 11% da força de
trabalho. E infelizmente, as perspectivas estão longe de serem
boas. De acordo com as previsões, nos próximos anos o
desemprego continuará nos mesmos níveis elevados, crescendo em
250.000 pessoas por ano, e afectando principalmente a juventude e
as mulheres.
Ainda mais desoladores são os dados sobre bem-estar social,
ou melhor dito, sobre pobreza na Europa. Os números respeitantes
à Euro-pobreza são verdadeiramente esmagadores. Os pobres na
Europa de Maastricht somam 57 milhões de pessoas, ou seja, 17%
da população. Por outras palavras, um em cada 6 europeus vivem
abaixo do limiar de pobreza socialmente aceitável. Os
desempregados encontram-se na pior situação, a par dos
trabalhadores com baixos salários e dos sem-casa.
A Europa de Maastricht foi à falência. O desenvolvimento
social e económico da Europa foi ficando refém e tem sido
estrangulado pelos critérios de convergência de Maastricht. As
opções neo-liberais levaram as economias nacionais à
paralisia, destruindo os sistemas de protecção social e
eliminando o estado de bem-estar social.
Infelizmente, a maioria dos governos dos Estados Membros da
União Europeia não aparentam estar na disposição de proceder
a correcções radicais nos enormes falhas do Tratado de
Maastricht. Esta realidade reforça a necessidade de
coordenação e cooperação entre as forças da esquerda e do
progresso social, pela acção comum por uma Europa social ,
democrática e pacífica.
Só as forças da Esquerda e do progresso social, forças que
colocam no centro das suas política o homem e as suas
necessidades, podem conjuntamente apresentar, opondo-se ao
anteriormente mencionado, uma política progressista alternativa
que deve incluir:
1. A revisão radical do Tratado de Maastricht
2. A luta contra o desemprego, a incorporação obrigatória
da "Carta Social" no Tratado e a promoção da coesão
social;
3. A democratização das instituições da União Europeia e
a salvaguarda de todos os direitos humanos;
4. Uma nova política de segurança para a Europa, porque o
conceito para uma segurança europeia universal não é servido
pela NATO e sua expansão a Leste. O que a Europa precisa, como
todo o mundo, é da construção de um sistema mundial de
segurança universal, sob a égide de umas Nações Unidas
claramente mais democráticas.
O AKEL une a sua força e a sua voz pela acção comum por uma
Europa diferente. Uma Europa dos povos, da democracia, da paz e
da cooperação. Uma Europa dos trabalhadores e do Socialismo.
|