É inteiramente compreensível e justificado que, em coerência com as posições que vêm assumindo sobre a questão da guerra contra o Iraque, alguns países europeus – como a França, a Bélgica ou a Alemanha – se oponham à solicitação dos EUA para o envio de tropas da NATO para a Turquia.

Com efeito, o pedido norte-americano não pode deixar de surgir como uma manobra para, a pretexto da «defesa» da Turquia, envolver a NATO na agressão ao Iraque que a Administração Bush prepara e, por esta via, contornar as dificuldades que lhe tem causado as posições da França e da Alemanha. Acresce ainda que este pedido norte-americano parece visar uma inversão da situação realmente existente e das respectivas responsabilidades, pretendendo fazer crer que o que estaria iminente seria um ataque do Iraque à Turquia e não um ataque dos EUA ao Iraque.