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Uma questão de saúde pública como o problema da detecção de substâncias ilegais em aviários é pura e simplesmente uma notícia? A forma de informar a população de um assunto deste tipo é o que resulte de uma investigação jornalística? O esclarecimento de um problema com estas características deve ser deixado aos dados que o jornalista consiga e às respostas que obtenha? O leitor de um jornal sabe se 43 aviários que utilizam os produtos proibidos constituem um número significativo das unidades que abastecem o mercado ou são, pelo contrário, uma percentagem irrelevante? Quando se fala em «substâncias cancerígenas» quer dizer-se o quê? Qual é o grau de gravidade da questão? De que margem de risco se está a falar? A responsabilidade pública do Estado impõe maior concisão em informações deste tipo, até porque são evidentes os reflexos económicos e sociais e, sobretudo, há que exigir iniciativa que sustente confiança. Cabe ao Estado divulgar comunicação científica e tecnicamente rigorosa, política e economicamente responsável. O contrário é operação de propaganda ou manobra de diversão. E, em qualquer dos casos, irresponsabilidade. |