imagem: festa do avante!2006  1,2 e 3 de setembro
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O Avanteatro
O Avanteatro
Quarta, 19 Julho 2006

Avanteatro
Do melhor em cena

(Programação) 

  avanteatroPresente na Festa desde a primeira edição, em 1976, o teatro ganhou um espaço próprio em 1986. Este ficou a chamar-se Avanteatro e tem procurado mostrar o que de melhor se faz em Portugal ao nível das artes de palco.

É feito um especial esforço para divulgar os actores, os directores e as companhias que trabalham fora das grandes áreas urbanas.

Este ano, o Avanteatro acolhe o Grupo de Teatro «Ágil», que traz «O Velho da Horta», de Gil Vicente; o «Peripécia Teatro» apresenta «Ibérica, A Louca História de uma Península»; do teatro de rua para a Festa, a Cooperativa PIA traz «Hacker».

À cena do Avanteatro sobe «Felizmente há Luar», de Luís de Sttau Monteiro, interpretada pelo grupo «A Barraca».

Especialmente para o público infantil, o «Teatro Extremo» estreia «Maçãs Vermelhas». «Hansel e Gretel» é o título do espectáculo de marionetas de mesa, que Ângela Ribeiro e Isabel Silva apresentam.

Mantendo a tradição de incluir outros géneros, embora com menos peso na programação do que as artes cénicas, o Avanteatro programou para este ano um espectáculo de dança («Ponto de Fuga», da responsabilidade de Rita Judas) e dois títulos de cinema documental («Os Lisboetas», de Sérgio Tréfaut, e «Natureza Morta», de Susana de Sousa Dias).

O bar do Avanteatro será um local com animação própria. Neste «café-concerto» poderá ouvir-se o jazz do Quarteto de Maria João Ramos, as «Canções de Victor Jara», por Celeste Amorim, André Santos e Nuno Tavares, a música tradicional portuguesa dos «Roncos do Diabo».

Lopes-Graça faz cem anos

Sob a direcção do maestro François Robert, o Coro da Universidade de Lisboa interpreta, domingo à noite, as «17 Brasileiras», de Fernando Lopes-Graça. Este será um momento de homenagem do Avanteatro ao genial compositor, nos cem anos do seu nascimento. O espectáculo foi apresentado com sucesso no Fórum Romeu Correia, em Almada, no quadro das celebrações do 25 de Abril.

A homenagem a Lopes-Graça, figura de vulto na cultura portuguesa, militante comunista e firme combatente antifascista, ocorre em vários outros espaços da Festa, como o Palco 25 de Abril e o Pavilhão Central.


Artur Ramos
 

Será prestada homenagem a Artur Ramos, destacado nome do teatro, do cinema e da televisão e um militante comunista firme e empenhado, falecido no início deste ano. A evocação será feita com uma exposição fotográfica, na entrada do Avanteatro.


O teatro na resistência
«Felizmente há Luar»

Por ter escrito a peça Felizmente há Luar, em 1961, Luís de Sttau Monteiro foi preso pelo fascismo. O livro foi proibido pela censura, tal como tantos outros, e foi igualmente interditada a sua apresentação em palco. Só depois da revolução de Abril, numa encenação do autor, a peça foi representada no Teatro Nacional D. Maria II, no ano de 1978.

No Avanteatro, é «A Barraca» que a vai interpretar, numa encenação de Hélder Costa, que inclui Maria do Céu Guerra, no corpo de actores e actrizes.

A história passa-se em torno da tentativa frustrada de revolta liberal, em 1817, após a qual o Marechal inglês Beresford, «aliado» de Portugal contra a ocupação francesa e Comandante em Chefe do exército português, julgou e condenou à morte Gomes Freire de Andrade e outros 11 sentenciados. A execução destes ocorreu no Campo Santana (actual Campo dos Mártires da Pátria, em Outubro de 1817) e ter-se-á prolongado pela noite. A frase macabra «felizmente há luar» teria sido pronunciada por Miguel Pereira Forjaz, primo de Gomes Freire de Andrade.

A peça desenrola-se em dois actos e contempla dois tempos históricos: o tempo dos acontecimentos que descreve e o tempo em que foi escrita. Assim, acabou por constituir uma denúncia da ditadura fascista e da vida em Portugal nos anos 60.
 

Amigos apesar da guerra
«Maçãs Vermelhas»

Para o público maior de seis anos, o «Teatro Extremo» estreia no Avanteatro a sua 33.ª criação, intitulada «Maçãs Vermelhas».

Este espectáculo de teatro procura levantar questões que visam sensibilizar as crianças e contribuir para o desenvolvimento de atitudes e valores humanistas, designadamente em torno dos Direitos Universais das Crianças e do Homem, da igualdade de oportunidades, da amizade, da falta de sentido das guerras, da crueldade que comete quem aprisiona e limita o ser humano.

A sinopse divulgada pelo grupo adianta que Salim e Ariel são duas crianças de dois diferentes povos, que disputam o mesmo território. Estas crianças tudo vão fazer para continuarem amigos, apesar dos seus povos viverem em guerra e de até os seus próprios pais não concordarem com a sua amizade.

O autor é Luís Matilla e a encenação é de Fernando Jorge Lopes.

 

Programação do Avanteatro

Sexta - feira, dia 1 de Setembro

21.30 h. – Teatro - «Ibérica – a Louca História de uma península», Peripécia Teatro
22.30 h. – Teatro de Rua - «HACKER» Cooperativa  de teatro  PIA, CRL
00.00 h. – Teatro «O Velho da Horta», Grupo de Teatro Ágil
00.45 h. Jazz – Quarteto Maria João Matos

Sábado, dia 2 de Setembro

11.00 h. – Teatro Infantil - «Hansel e Gretel» Marionetas de Mesa – Ângela Ribeiro e Isabel Silva
15.00 h. – Cinema documental - «Os Lisboetas» Sérgio Trefaut
20.30 h. – Dança - «Ponto de Fuga», Rita Judas, bailarina e coreógrafa
21.45 h. – Teatro de Rua - «Hacker», Cooperativa  de teatro  PIA, CRL
23.00 h. – Teatro «Felizmente há Luar» A Barraca
00.45 h. – Canções e Música Popular «Canções de Vitor Jara», Celeste Amorim, André Santos, Nuno Tavares (piano)

Domingo dia 3 de Setembro

11.00 h. – Teatro Infantil - «Maçãs Vermelhas», Teatro Extremo
15.00 h. – Cinema Documental «Natureza Morta», Susana Sousa Dias
20.30 h. – Homenagem a Lopes Graça «17 canções tradicionais brasileiras de Lopes Graça», Coro de Câmara da Universidade de Lisboa, direcção Maestro José Robert21.30 h. – Música tradicional portuguesa «Roncos do Diabo»

Sérgio Tréfaut e Susana Sousa Dias
Cinema Documental

Quase meio século separam os temas centrais dos filmes apresentados na Festa, ligando-os contudo à realidade do nosso País e à sua história.

«Lisboetas» de Sérgio Tréfaut debruça-se sobre essa realidade que tão profundamente transformou a capital do País: país de onde tradicionalmente saíam emigrantes, Portugal acolheu na última década quase um milhão de imigrantes de origens as mais variadas, da China ao Paquistão, da Ucrânia à Nigéria. Depois de um primeiro trabalho sobre o tema, Sérgio Tréfaut lançou-se a um trabalho de maior fôlego, produzindo um impressionante retrato da cidade que interpela o espectador ao ponto de sentirmos que muitas vezes os estrangeiros acabamos por ser nós próprios.

«Natureza Morta», de Susana Sousa Dias, é um pungente depoimento sobre a repressão fascista sugerido à jovem realizadora pela contemplação dos álbuns de fotografias das fichas policias dos milhares e milhares de portugueses que passaram pelas prisões políticas do salazarismo.

Não assumindo uma estrutura narrativa, o documentário ganha um dos seus maiores impactos com o tratamento sonoro, onde se destaca a especial eficácia das gravações da época utilizadas, lado a lado com um universo de inesperada riqueza emotiva.

 

 

 

 Cartaz da EP 2007
 
Festa do Avante 2007
7, 8 e 9 de Setembro