Partido Comunista Portugu�s
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Intervenção de Jerónimo de Sousa na AR
Moção de censura n.º 4/X, ao XVII Governo Constitucional
Quarta, 17 Junho 2009
assembleia.jpgCreio que V. Ex.ª foi bastante assertivo em relação ao CDS, à sua moção de censura, salvo numa questão de fundo, é que o CDS, naturalmente, exercitou aqui as consequências visíveis da sua política, fugindo às causas, tendo em conta também a sua identificação profunda com a política de direita que, entretanto, este Governo tem realizado  

Debate da moção de censura n.º 4/X, ao XVII Governo Constitucional em resultado das eleições para o Parlamento Europeu

Sr. Presidente,
Sr. Primeiro-Ministro,

Creio que V. Ex.ª foi bastante assertivo em relação ao CDS, à sua moção de censura, salvo numa questão de fundo, é que o CDS, naturalmente, exercitou aqui as consequências visíveis da sua política, fugindo às causas, tendo em conta também a sua identificação profunda com a política de direita que, entretanto, este Governo tem realizado.

Mas a expectativa maior era conhecer o seu pensamento, a sua perspectiva de futuro.

Sem dúvida que o Governo e o PS foram penalizados nas eleições para o Parlamento Europeu.

Seria errado - também estamos de acordo - fazer uma leitura ou um transporte mecânico das eleições para o Parlamento Europeu para as eleições legislativas. Mas houve um sinal, e o sinal maior foi, de facto, que o povo português quis dizer basta, quis dizer que não pode continuar este rumo na vida política nacional.

Penalizando, por isso, o executante da política de direita, no caso concreto o PS, o povo português quis também significar que não aceita este rumo da política nacional e também demonstrou que nenhuma maioria absoluta se pode sentir segura e estável quando desestabiliza a vida às pessoas, aos portugueses.

Aliás, a direita já teve vários «amargos de boca» nesse âmbito. Mas o PS que se cuide também! Mas a manutenção do rumo que foi declarada tanto na noite das eleições como agora ali naquela tribuna é profundamente preocupante.

Mas que rumo?

O que levou a profundas desigualdades e injustiças, ao desemprego e a um País mais endividado e menos soberano?

A um País onde se concentrou e se centralizou a riqueza, nunca tendo o Sr. Primeiro-Ministro explicado como é que foi possível exigir tantos sacrifícios ao povo português enquanto que um punhado fez fortunas fabulosas durante o seu mandato?

Vai manter o mesmo rumo no sentido da desvalorização dos salários, das pensões e das reformas, como aconteceu?

O mesmo rumo em relação às aspirações legítimas dos professores, dos enfermeiros, das forças de segurança, dos militares e de todos esses sectores que hoje são prejudicados pela sua política?

A pergunta concreta que lhe faço é esta: não acha que se mantiver o mesmo rumo vai bater com a cabeça na parede (salvo seja e sem ofensa, estou a falar do Governo), na medida em que a mesma política, o mesmo rumo, vai conduzir ao mesmo resultado, ou seja, ao fracasso desta política de direita?