Inicio
Intervenções e Artigos
Posições Políticas sobre IVG
PCP na AR sobre IVG
Tempos de Antena do PCP
Fotos da Campanha
Apelo do Comité Central do PCP
Questões Legais sobre Referendo
 Folheto IVG -2ª Fase
Folheto em PDF
Depoimentos em video



Início arrow PCP na AR sobre IVG
Intervenção de Miguel Tiago na AR
Gestão de resíduos
Sexta, 05 Junho 2009
floresta.jpgO Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português tem tido sempre uma voz activa no combate à política de Ambiente deste Governo, que se traduz no apagamento das preocupações ambientais e na inconsequência recorrente dos anúncios de propaganda que morrem pouco depois de proferidos. Estratégias de grande envergadura como o PERSU II vieram afinal a mostrar-se como logros que se ficam pelo papel. Não que o PCP, como é sabido, defenda os conteúdos desse Plano Estratégico, mas também não subscreve esta forma de fazer política que assenta meramente na propaganda, em fingir que faz mas não faz.

 

Preferência pelo recurso à utilização de materiais resultantes de reciclagem na contratação pública.
Sistemas de gestão de Resíduos Sólidos Urbanos.
Centro da Biomassa para a Energia.
Gestão dos Óleos Alimentares Usados.

Senhor Presidente,
Senhores Deputados,

O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português tem tido sempre uma voz activa no combate à política de Ambiente deste Governo, que se traduz no apagamento das preocupações ambientais e na inconsequência recorrente dos anúncios de propaganda que morrem pouco depois de proferidos. Estratégias de grande envergadura como o PERSU II vieram afinal a mostrar-se como logros que se ficam pelo papel. Não que o PCP, como é sabido, defenda os conteúdos desse Plano Estratégico, mas também não subscreve esta forma de fazer política que assenta meramente na propaganda, em fingir que faz mas não faz.

O PSD traz, no entanto, hoje a debate mais matérias em torno de problemas ambientais específicos (projecto de lei n.º 782/X, projecto de resolução n.º 492/X, projecto de resolução n.º 493/X e projecto de resolução n.º 494/X).

O Projecto de Lei em discussão propõe a consideração positiva, para efeitos de contratação e adjudicação pública, de empresas e serviços que incluam nos projectos maior preocupação ambiental, nomeadamente no que toca à incorporação de materiais reciclados ou reutilizados. O PCP entende que esta proposta do PSD faz todo o sentido e é convergente com a estratégia política que deve ser adoptada no direito português. A valorização, neste caso majoração, dos comportamentos ambientalmente mais sustentáveis deve ser um instrumento de estímulo também dirigido ao mercado e às empresas privadas. Por isso mesmo, sendo embora um Projecto de Lei que apenas altera um artigo do Decreto-Lei nº 18/2008, ele transporta um importante alcance, tendo em conta a dimensão das contratações públicas e das obras, projectos e serviços abrangidos por essas formas de contratação.

O Projecto de Resolução para a racionalização dos sistemas de tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos que o PSD também apresenta segue o caminho já iniciado pelo PSD através de anterior Projecto de Resolução. Ele assenta o seu conteúdo numa perspectiva de mercado, de criação de um mercado e na aglomeração dos sistemas existentes, em super-estruturas - que além de, como anuncia o PSD gerarem economias de escala, também geram novas possibilidades de mercado e de privatização. Deste Projecto podemos concluir que o PSD refinou o seu discurso. Em 2006 propunha frontalmente a fusão dos 29 sistemas multimunicipais e intermunicipais em apenas 5, assim concentrando e possibilitando a futura entrega de um valioso pacote a empresas privadas. Hoje, o PSD baixa a bitola e propõe a realização de estudos junto das autarquias. Percebeu que não poderia impor a fusão e rearranjo dos sistemas às autarquias e então propõe um estudo que contemple as autarquias. Mas isso não oculta a verdadeira intenção, que persiste, e que se lê na exposição de motivos, inequívoca. E essa intenção, não conta com o apoio do PCP.

O Projecto do PSD para a criação de uma entidade gestora para um sistema integrado de Óleos Alimentares usados coloca em primeiro lugar a necessidade da criação de um verdadeiro sistema integrado para estes resíduos. Valorizamos a proposta do PSD, nomeadamente, no que toca à necessidade de inventariação e concretização de uma estrutura de acompanhamento ao tratamento, revalorização e reutilização dos óleos alimentares usados.

A criação dessa entidade porém, tal como o PSD a propõe, não é clara sobre a sua natureza e perfil. Aliás, assim até parece que a única preocupação do PSD é criar mais uma fileira de negócio, mais uma área de mercado. No entanto, clarificada que está a posição do PCP sobre essa matéria e, sem se excluir a participação privada, valorizando o papel do Estado, o PCP votará favoravelmente este Projecto.

Sem deixar de valorizar os contributos do PSD, ainda que não subscrevendo todas as medidas, o PCP não pode deixar de tornar a evidenciar as contradições inerentes a uma política de direita e a sustentabilidade. Não será com a criação de mercados, mais rápida ou mais lentamente, pelo PS ou pelo PSD, nem com privatizações de serviços que se resolverão os problemas centrais da nossa relação com a natureza. Só com uma ruptura democrática e de esquerda, que sobreponha aos interesses económicos, a política e os interesses nacionais.

Disse.

 

Jornal «Avante!»
«O Militante»
Edições «Avante!»
Comunic, a rádio do PCP na Internet