Partido Comunista Portugu�s
  • Narrow screen resolution
  • Wide screen resolution
  • Auto width resolution
  • Increase font size
  • Decrease font size
  • Default font size
  • default color
  • red color
  • green color
�
�

"Ortega"
Ruben de Carvalho no "Diário de Notícias"
Sábado, 20 Setembro 2003

É sempre difícil, quando um criador desaparece, falar em morte.

Será mais exacto dizer que não mais escreverá, ou não criará mais canções, ou não pintará mais cores e formas.

Eles têm esse particular privilégio de uma vida que se prolonga nas suas obras.

Sergio Ortega faleceu em Paris na passada terça-feira aos 65 anos de idade.

Mas poderá dizer-se que morreu alguém que no Chile da Unidade Popular compôs a música de «Venceremos» e «El Pueblo Unido Jamás Será Vencido»?

Canções entretanto cantadas em todo o mundo e que amanhã, no próximo mês, no ano que vem, serão de novo cantadas, numa qualquer rua, numa qualquer luta?

Mas não só. A ele igualmente se deve a música de «Fulgor e Morte de Joaquin Murieta», uma cantata sobre versos de Neruda que marcou os palcos portugueses após o 25 de Abril.

Trabalhou com grupos como os Quilapayun e os Inti Illimani, criou e dirigiu o Taller Recabarren (com o qual esteve na Festa do Avante!, em 1979), ensinou, compôs hinos (o da Juventude Comunista Chilena e o da Central Única de Trabajadores, por exemplo), canções, poemas sinfónicos, acabara há dias uma ópera, «Pedro Páramo».

Na realidade, apenas deixou de compor.