Partido Comunista Portugu�s
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Intervenção de Agostinho Lopes na AR
Interpelação ao Governo centrada na transparência das políticas públicas
Quinta, 17 Dezembro 2009
logo-pcp.jpgSão um escândalo conhecido os salários milionários, pensões, prémios e outras mordomias dos gestores públicos e similares portugueses, num País de baixos salários, auferidos, inclusivamente, por alguns daqueles que, depois, na praça pública vêm clamar pela contenção salarial.  

Interpelação ao Governo centrada na transparência das políticas públicas (interpelação n.º 1/XI/1.ª)

Sr. Presidente,
Sr. Ministro,

São um escândalo conhecido os salários milionários, pensões, prémios e outras mordomias dos gestores públicos e similares portugueses, num País de baixos salários, auferidos, inclusivamente, por alguns daqueles que, depois, na praça pública vêm clamar pela contenção salarial.

Permitam-me referir-me hoje apenas ao problema da transparência e do conhecimento público dos vencimentos e remunerações dos gestores públicos.

No contexto deste escândalo, o governo anterior foi publicando diversa legislação, particularmente resoluções do Conselho de Ministros, desde 2005. Ainda em Abril passado, o então secretário de Estado do tesouro e finanças tornava a prometer que o governo ia obrigar as empresas do sector empresarial do Estado a publicitar a discriminação individualizada dos vencimentos.

Olhando para o relatório de boa gestão da Direcção-Geral de Tesouro e Finanças, e passados quase três anos sobre a última legislação publicada, pergunto-lhe, Sr. Ministro: por que é que ainda há empresas que não cumpriram o que está legislado? Por que é que a REN, empresa de capitais maioritariamente públicos, que, aliás, quase duplicou os custos do seu conselho de administração de 2007 para 2008, se atreveu a escrever no seu relatório de contas de 2008 o seguinte: «entende-se não se dever proceder à discriminação individual das respectivas remunerações»?

Caso mais estranho é o do Banco de Portugal. Ao longo da legislatura anterior, Sr. Ministro, o PCP foi fazendo perguntas, escritas e orais, ao Sr. Ministro de Estado das Finanças em vão. Em Fevereiro de 2007, o governo de então e o gabinete do Ministério das Finanças garantiram que, no quadro da alteração à Lei Orgânica do Banco de Portugal, artigo 64.º, em conjugação com o novo Estatuto do Gestor Público e com os princípios de bom governo das empresas do sector empresarial do Estado, os salários do governador, dos vice-governadores e dos administradores seriam publicitados anualmente.

A pergunta é simples: por que é que os relatórios de gestão do Banco de Portugal de 2007 e de 2008 não têm tal informação? Quando nos dará o Governo essa informação? Ou são os membros do Conselho de Administração do Banco de Portugal algo estranhos às normas e às leis portuguesas?