Partido Comunista Portugu�s
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PCP rejeita a Directiva de Liberalização dos Serviços - Nota do Gab. de Imprensa dos deputados do PCP ao PE
Quarta, 15 Novembro 2006
É particularmente grave o que se acaba de passar com a aprovação desta directiva. Lamentamos que tenha sido recusada a proposta de rejeição da posição comum do Conselho, que o nosso Grupo apresentou, e que os deputados comunistas subscreveram.

O que se passou, hoje, foi uma autêntica capitulação dos dois maiores grupos políticos - PSE e PPE -relativamente à sua posição na primeira leitura, em Fevereiro último. É que nem sequer defenderam o acordo que então fizeram e votaram, após as lutas e manifestações em Estrasburgo.

A posição comum do Conselho, que agora PSE e PPE aprovaram, retoma alguns dos aspectos iniciais mais negativos da famigerada directiva Bolkestein, com o apoio dos deputados portugueses do PS, PSD e CDS/PP.

O que pretendem, em linhas gerais, é a liberalização dos serviços, incluindo na área dos serviços públicos, cedendo à pressão dos grandes grupos económicos e financeiros que vêem neste «passo» novas oportunidades de exploração dos trabalhadores e de domínio económico. Ao mesmo tempo que procura subverter a soberania dos Estados quanto à definição, protecção e financiamento dos serviços públicos, retira a possibilidade de definirem normas de financiamento e defesa dos serviços em geral, reforçando o poder de entidades supranacionais sobre os Estados-membros, como a Comissão Europeia, impondo o primado da concorrência, com gravíssimas consequências para os direitos dos trabalhadores e dos serviços prestados às populações.

O texto aprovado, sem fazer referência ao “país de origem”, abre caminho a uma desregulamentação massiva e à aplicação deste princípio, ao remeter expressamente para a interpretação do Tribunal de Justiça Europeu a resolução de conflitos que possam surgir por normas que os Estados-Membros insistam em tomar ou manter na defesa dos seus interesses, incluindo regras em matéria de condições de emprego, ou quando sublinha que não podem prejudicar a aplicação das regras de concorrência.

Torna-se mais difícil aos cidadãos defenderem os seus direitos, seja como consumidores e utentes dos serviços, seja como trabalhadores, também pela perda progressiva de soberania de cada Estado-Membro que terá menos poder para defender os serviços públicos, os consumidores, os micro e pequenos empresários e os trabalhadores.


É mais um passo na escalada do liberalismo económico com a defesa prioritária da “livre concorrência não falseada” que Comissão, Conselho e maioria do Parlamento Europeu apoiam, e aparece consagrada na proposta da dita constituição europeia, e que, só por si, é um ataque aos serviços públicos.

Defendemos que deve continuar a caber a cada País o direito soberano de decidir sobre os serviços públicos que deseja, a sua propriedade pública, a sua forma de financiamento e organização, os direitos dos trabalhadores e dos utentes, luta que deverá continuar na transposição da directiva para o direito nacional.