Início arrow Inicio
Floresta - Aníbal Cabral, DOR Castelo Branco
Domingo, 25 Novembro 2007
anibal-cabral

Camaradas
Uma estimativa relativa a 2001 apontava o valor de 1,3 mil milhões de euros como sendo a produção anual efectiva da floresta no Continente. A floresta representa 1,4% do PIB da U.E e 2,1 % do PIB de Portugal.
O valor económico e ambiental total das florestas do Continente é muito superior ao de outros países mediterrâneos. A contribuição anual das florestas para o bem-estar público é muito superior em Portugal comparativamente a outros países do Mediterrâneo.
A floresta tem sido a base de um sector da economia que gera cerca de 113 mil empregos directos ou seja 2% da população activa.
Nas últimas décadas há um crescimento na produtividade no sector.
O sector florestal representa também cerca de 10% das exportações e 3% do VAB. São, no entanto, diferentes as trajectórias das fileiras industriais:
–    A fileira da madeira de serração com o desaparecimento de pequenas empresas tem vindo a sofrer um processo de concentração,
–    A fileira da pasta e papel contribui para cerca de 4 mil empregos directos
–    A fileira da cortiça representa uma importante fracção no comércio externo nacional, com cerca de um terço do total das exportações do sector.
O VAB do sector florestal tem mostrado uma tendência clara de crescimento nas últimas décadas.
Não é por falta legislação, de plano e projectos, que os problemas da floresta não se resolvem. Entre outros, existem a Estratégia Nacional para a Floresta, Plano de Defesa da Floresta Contra Incêndios, FFP.
Todos os anos são gastos milhões de euros no combate aos incêndios Florestais. Muita legislação é produzida e são sistematicamente anunciadas medidas para fazer face ao problema, mas a verdade é que todos os anos enfrentamos o mesmo drama.
Para os sucessivos Governos, o mal de todos os males da floresta é a pequena propriedade, mas a questão de fundo é a desertificação humana do espaço rural, fruto das políticas de direita, e em particular da política agro-florestal que promove o abandono dos campos e das terras florestais.
A recente alteração das regras da PAC aprovada pelo PSD / CDS e PS de desligamento das ajudas da produção, vai traduzir-se em novos abandonos.
A insistência numa estratégia de florestação de terras agrícolas, para lá das consequências na propagação dos fogos, acelera a desertificação.
As normas de auto-financiamento dos projectos comunitários em vigor inflacionam os custos e levam a situações menos claras. A solução seria a garantia pelo Estado de empréstimos a longo prazo a taxa zero, durante 25/30 anos (tempo necessário para começar a tirar dividendos do investimento), particularmente em áreas agrupadas e de ZIF, e para assegurar a sustentabilidade das Organizações de Produtores Florestais.


Para as grandes empresas ligadas ao sector florestal os apoios públicos não faltam. No entanto, é mitigado, e dado com muito atraso, o apoio aos projectos das Associações de pequenos produtores florestais e à constituição de ZIF. São os pequenos produtores florestais e suas associações muitas vezes em parceria com as autarquias que financiam as equipas de sapadores florestais existentes. É preciso aumentar o financiamento das equipas de sapadores nas ZIF.

Procura-se justificar as centrais de biomassa alegando o seu contributo para a redução dos fogos florestais. Este é um argumento falacioso porque contém uma ideia errada.
Para ser eficaz na prevenção de incêndios, uma central de biomassa deveria consumir preferencialmente matos. Este tipo de vegetação tem grande volume por tonelada, o que implica elevados custos para um ganho energético relativamente modesto. Daqui resulta o risco evidente de estas centrais virem a ser alimentadas pelo corte de árvores.

Os objectivos da C. E. para as energias que resultam da biomassa colocam o risco de que em 2020 haja um défice de 25% na oferta de madeira no continente.

O PCP detém um valiosíssimo património de propostas apresentadas, na A. R. e no P. E., em defesa da Floresta e do Mundo Rural. Apoia e defende políticas justas visando o interesse e a produção nacional garantindo o bem-estar e qualidade de vida dos Portugueses.

Viva o PCP