Camaradas
e amigos
No
âmbito da preparação desta Conferência, as Telecomunicações realizaram um
Debate-Audição sob o lema - Por um forte sector publico, universal e de
qualidade - condição de desenvolvimento.
O sector
das telecomunicações, tal como temos afirmado, constitui um sector estratégico
para o desenvolvimento do país, parte integrante de um projecto de
modernização, desenvolvimento e coesão social que queremos para Portugal.
Ø
O sector das
telecomunicações está hoje colocado perante enormes desafios quanto à sua
modernização e que terão uma enorme projecção no futuro do país.
Ø
A combinação dos processos
de convergência fixo-móvel.
Ø
Integração dos serviços de
voz, acesso à Internet e de serviço de distribuição de TV.
Ø
Pela convergência digital
das tecnologias das comunicações e das TIC.
Alterações
tecnológicas, que o país reclama e que o PCP, virado para o futuro, acompanha.
Desenvolvimento científico e tecnológico que deve estar ao serviço do povo e do
País.
No
entanto as políticas de direita, seguidas pelos diferentes governos, PSD e PS,
têm apontado numa direcção completamente oposta, dando todas as facilidades e
todas as condições ao grande capital, não apenas para o domínio do sector ao
sabor dos seus interesses, mas também, para a obtenção de fabulosos lucros, que
quando comparados com os salários dos trabalhadores assumem dimensão
escandalosa.
As
criminosas políticas de privatizações que esses mesmos governos de direita têm
imposto ao nosso país são verdadeiros roubos ao erário público, senão vejamos
alguns exemplos;
O
Orçamento do Estado deixou de contar com importantes verbas provenientes da PT
enquanto empresa pública.
A
entrega da Portugal Telecom aos privados pelo Governo do actual presidente da
República Cavaco Silva, durante a década de 90, por um terço do seu valor, após
o grande investimento público na modernização da rede fixa.
O actual
presidente da União Europeia Durão Barroso, na altura primeiro-ministro do
nosso país, entregou de mão beijada as infra-estruturas da rede básica de
telecomunicações, aos grandes accionistas da PT;
Entretanto
os interesses privados tiveram da parte do actual Governo PS, uma atitude de
submissão (aos objectivos do grande capital nacional e estrangeiro pondo em
causa os interesses nacionais no processo da OPA da Sonaecom sobre a PT;
No plano
social a progressiva redução do número de trabalhadores efectivos e com
direitos e desaproveitamento das suas capacidades e conhecimentos;
A
substituição destes por trabalhadores precários e sem direitos, o que constitui
já as telecomunicações como um dos sectores com mais precariedade laboral.
A
retirada de direitos na área da saúde, dos complementos de reforma, na
constatação colectiva, etc.;
As
constates ameaças aos fundos de pensões, património dos trabalhadores a que o
capital quer deitar a mão;
A
degradação do serviço público, cada vez menos publico e menos universal.
Camaradas!
O PCP
considera como condição para o desenvolvimento do país a existência de um forte
sector público, universal e de qualidade de telecomunicações, que consagre os
seguintes aspectos:
Garantia
de um papel determinante do sector público, o que implica
Ø
A detenção pelo Estado da
maioria do capital do operador que detém as infra-estruturas básicas das
telecomunicações;
Ø
A detenção pelo Estado da
maioria do capital no(s) operador(es) principais das diversas áreas e
actividades do sector;
Ø
A manutenção de golden share(s) do Estado Português nas
entidades empresariais relativas aos dois pontos anteriores.
Elaboração
de uma nova Lei-Quadro para as comunicações electrónicas, no sentido de as
consagrar como serviço público essencial, salvaguardar a defesa do interesse
nacional, incluindo os direitos dos utentes, e inverter a forma de
liberalização consagrada pelas políticas presentes favorecedoras dos grupos
económicos monopolistas.
Desenvolvimento do Sector com estímulo e máxima utilização
de I&D nacional em articulação com o sistema educativo, designadamente através
da;
Ø
Promoção estratégica da
tecnologia digital a todos os níveis, enquanto princípio básico de
flexibilidade e interactividade, e fundamental para propiciar a custos
decrescentes o acesso universal rápido aos serviços de comunicações
electrónicas, para as capacidades de transmissão requeridas em cada momento e
em cada local;
Ø
Transformação das
infra-estruturas básicas de telecomunicações estruturadas na sua totalidade com
base nos princípios da Internet (all IP),
nas chamadas "redes da próxima geração" (NGN);
Ø
Transição progressiva das
redes de acesso existentes, nomeadamente as "redes de cobre", para acessos em
fibra óptica, com vista a servir os requisitos de capacidades de transmissão de
banda larga crescentes;
Ø
Modernização e inovação
sustentadas, nomeadamente nas áreas das comunicações móveis, do acesso á
Internet e da televisão sobre IP, incluindo a integração fixo-móvel e as
ofertas triplas (voz, acesso de banda larga, televisão) e quádruplas (triplas +
móvel);
Ø
Apoio a projectos e
respectiva implantação concreta de sistemas visando melhorar as condições de
vida das pessoas com necessidades especiais (idosos e pessoas com deficiência)
e pugnando para que a acessibilidade electrónica se torne numa realidade para
este sector dos portugueses;
Ø
Alargamento da legislação
contemplando o emprego das TIC enquanto processo corrente entre pessoas e entre
instituições;
Ø
Inclusão nos diversos graus
de ensino e formação profissional das diversas áreas das comunicações
electrónicas.
Ø
Entendimento da
internacionalização sobretudo na base da celebração de parcerias.
Garantia de um serviço público com exigência crescente de
qualidade para todas as áreas das comunicações electrónicas, com acessibilidade
e universalidade asseguradas, implicando;
Ø
A definição alargada à
banda larga de um serviço universal de Internet, incluindo a disponibilização
de Centros Públicos de acesso gratuito (incluindo as aplicações "nómadas" tipo
WiFi), a consolidação em número de pontos de acesso para todo o sistema de
ensino, a promoção do acesso nas áreas sociais e de saúde, às camadas sociais
de fracos recursos, às pessoas com necessidades especiais, a inclusão das zonas
interiores, insulares e outras de qualquer modo periféricas;
Ø
A salvaguarda dos direitos
dos utentes, incluindo a qualidade dos serviços prestados, a informação
detalhada e gratuita sobre as condições de prestação e facturação e sobre a
garantia do sigilo das comunicações, não cedendo a pressões securitárias;
Ø
No caso dos padrões de
qualidade dos serviços definidos em base negociada com os utentes, que o seu
controlo seja exercido por uma entidade de facto independente dos lóbis de
operadores e / ou fabricantes;
Ø
Em particular, o
estabelecimento de uma orientação tarifária em apoio dos utentes residenciais e
das pequenas e micros empresas;
Ø
A consolidação de um
esquema de compensações aos operadores de serviço universal pelos custos
acrescidos decorrentes das obrigações correspondentes.
Acompanhamento
e participação adequada nos programas europeus de telecomunicações baseadas no
espaço exterior, tendo em vista contribuir para a realização e partilha plena
das suas virtualidades nos domínios de localização e navegação, da logística,
dos sistemas de informação geográfica, de obras públicas, de protecção
ambiental, de monitorização de riscos e catástrofes, de protecção civil e de
operações de salvamento;
Por um
sector de Telecomunicações ao serviço do Povo e do País;
Pela
defesa da soberania Nacional;
Pelos
direitos sociais e laborais dos Trabalhadores.
Viva a
conferência nacional!
Viva o
Partido Comunista Português!
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