Partido Comunista Portugu�s
  • Narrow screen resolution
  • Wide screen resolution
  • Auto width resolution
  • Increase font size
  • Decrease font size
  • Default font size
  • default color
  • red color
  • green color
�
�

Papel do PSD na oposição
Quinta, 03 Julho 2008

ar-edificio.jpgQuero cumprimentá-lo, nesta sua primeira declaração política como líder parlamentar do PSD e dizer-lhe que em tudo o que diga respeito à valorização das competências da Assembleia e ao respeito pelos seus poderes de fiscalização do Governo terá, com certeza, o PCP a actuar. Sempre foi essa a nossa política e pensamos que é isso que valoriza o debate democrático e o funcionamento correcto dos órgãos de soberania nas suas relações entre si.

 

 

Considerações sobre o papel do PSD na oposição à política desenvolvida pelo Governo

Intervenção de Bernardino Soares na AR

 

Sr. Presidente,

Sr.as e Srs. Deputados,

Sr. Deputado Paulo Rangel,

Quero cumprimentá-lo, nesta sua primeira declaração política como líder parlamentar do PSD e dizer-lhe que em tudo o que diga respeito à valorização das competências da Assembleia e ao respeito pelos seus poderes de fiscalização do Governo terá, com certeza, o PCP a actuar. Sempre foi essa a nossa política e pensamos que é isso que valoriza o debate democrático e o funcionamento correcto dos órgãos de soberania nas suas relações entre si.

Agora, Sr. Deputado, respeito que tenha querido trazer-nos aqui uma apresentação da forma como o seu grupo parlamentar vai desenvolver a sua actividade, mas a verdade é que não há forma sem conteúdo. E é preciso olharmos todos - no País, olhamos todos - para o que é o conteúdo do PSD neste momento.

O PSD diz, com muita facilidade, o que não quer, mas com mais dificuldade diz o que quer. E se o Sr. Deputado diz, e bem, que ontem da entrevista do Sr. Primeiro-Ministro não saiu qualquer ideia que vá resolver os problemas principais do País, penso que podemos dizer o mesmo da entrevista que ocorreu no dia anterior.

Compreendemos bem a dificuldade do PSD! A dificuldade do PSD é a de querer aproveitar a justa indignação com a política deste Governo mas não querer dizer que a sua política é em tudo semelhante àquela este Governo pratica.

E esse é que é o problema! Permita-me que lhe diga mas essa é que vai ser a sua principal dificuldade, até ao fim da Legislatura: dizer que está contra o Governo sem querer dizer que, em muitas coisas, está de acordo com aquilo que o Governo pretende e propõe.

Não basta dizer, Sr. Deputado Paulo Rangel, que o PSD quer uma política de verdade e de liberdade pessoal, uma vida melhor - isso está tudo muito bonito! Mas nós queremos é saber se o PSD está a favor ou contra o Código do Trabalho; se o PSD está a favor ou contra uma mais

justa tributação dos lucros da banca; se o PSD está a favor ou contra a preservação do Serviço Nacional de Saúde ou da sua progressiva privatização; se o PSD está a favor ou contra a continuação das privatizações de empresas essenciais, como este Governo está a fazer; se o PSD está a favor ou contra a política de direita do PS - que é a sua, é a que seguiram sempre - ou se o PSD vai trazer aqui alguma novidade, de que ninguém está à espera, porque ninguém espera que do PSD venha a tal «janela» de expectativa e de esperança, porque não há expectativa com políticas semelhantes, não há esperança em partidos que sempre apresentaram a mesma política, com a qual é preciso romper.