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A Floresta no Distrito de Portalegre - João Fernando, Comité Central
Sábado, 24 Novembro 2007
João Fernando



Camaradas,
Sendo Portalegre o distrito mais a Norte do Alentejo, naturalmente que as produções florestais assumem aqui um papel determinante no rendimento da terra, tendo por isso uma importância muito relevante, nos interesses socio-económicos instalados.
No entanto e quase por contradição é também nas explorações agro-florestais com mais cortiça que o absentismo, quero nível do aproveitamento da terra enquanto instrumento de produção, quer ao nível dos cuidados com as árvores, mais se faz sentir, muito por culpa dos altos rendimentos da cortiça e dos poucos impostos a que está sujeita, por isso impõe-se que em nome do superior interesse nacional se encontrem rapidamente formas de recuperação de mais valias para o povo português, geridas quer pelo estado, quer e porque não, pelas próprias autarquias locais enquanto representantes dos povos e que mais perto deles estão.


As produções florestais deste distrito resultam essencialmente das seguintes espécies:
Sobreiro, azinheira, eucaliptos, pinheiro bravo e outras, numa área total de 300.00 ha.
Os povoamentos existentes estão representados nas seguintes percentagens:
Sobreiro – 150.000 ha, cerca de 50%
Azinheira – 75.000 ha, cerca de 25%
Eucaliptos – 45.000 ha, cerca de 15 %
Pinheiro bravo – 21.000 ha, 6 %
Outras espécies – 9.000 ha, 3 %
O sector florestal no distrito assegure ainda um número considerável de postos de trabalho na sua manutenção, na extracção e na transformação. São exemplo disso as empresas corticeiras fixadas no distrito que empregam mais de 500 trabalhadores.
A distribuição da floresta por concelhos revela que os montados de sobro dominam nos concelhos de Ponte de Sor, Avis e Portalegre. E tem ainda boa implantação, em Alter do Chão, Castelo de Vide, Crato e Gavião.


Os montados de azinho dominam nos concelhos de Monforte, Arronches e Elvas.
O povoamento de eucalipto tem forte implantação nos concelhos de Nisa, Crato e Gavião.
Outras espécies, (castanheiro, carvalho, etc.) apenas aparecem nos concelhos de Portalegre, Castelo de Vide e Marvão sem que aqui se possam quantificar áreas com grande exactidão.
Perante esta realidade não há dúvidas acerca da importância para o emprego na agroflorestal que as diversas fileiras tem no distrito, e também no contexto, social e económico conforme atrás referimos. No entanto e apesar do elevado interesse de todas elas para o produto interno do distrito são os montados de sobro os que mais nos preocupam, não só pelas razões já referidas, mas ainda pelo seu estado de degradação progressiva e que a manter-se, sem que sejam tomadas medidas urgentes, as produções suberícolas, começam de facto a ficar ameaçadas, tanto em quantidade como em quantidade.
Numa abordagem superficial deste problema como estamos hoje aqui a apresentar, não é possível, transmitir-vos o quão preocupante é esta situação, só quem por lá vive e labuta diariamente se apercebe da gravidade da situação.


Dada a importância do montado para o país e para o distrito, propõe-se:
Porque os problemas da floresta não abrangem só o distrito de Portalegre, porque se trata de um assunto de interesse nacional, pensamos que seria de grande importância o aprofundamento desta temática pelas diferentes organizações do Partido envolvidas neste problema, e que por iniciativa e liderança do Partido, se realizem encontros regionais para debate destas temáticas, envolvendo os técnicos, os produtores interessados, trabalhadores e agentes políticos.
Exigir desde já que o governo, aplique e faça cumprir a todos os agentes do sector a legislação em vigor de forma, a minimizar os efeitos negativos de práticas aplicadas, que não têm tido em conta a preservação do sector.
A favor de um Portugal de progresso e de uma sociedade mais justa.


Viva a Conferência Nacional
Viva o PCP